HomePublicaçõesInsightsVariáveis e suas relações para embasamento na determinação da política estoque

Variáveis e suas relações para embasamento na determinação da política estoque


Em períodos de juros altos, definir quais produtos ter em estoque se torna uma tarefa ainda mais refinada do ponto de vista financeiro. Isso porque quanto maior a taxa de juros, maior é o custo de estoque associado ao produto, visto que, com maior rentabilidade, melhores são as oportunidades que remuneram o capital das empresas (taxa Selic saiu de 2% no início de 2021 e passou para o patamar de 13% no segundo semestre de 2022).

Figura: Evolução da taxa Selic.  Fonte: Banco Central do Brasil, análise ILOS

Em momentos como esse, faz-se necessário avaliar bem os riscos de ter um determinado produto em estoque, dado que, em termos financeiros, há o risco de a empresa comprar a matéria-prima, empregar recursos para transformação do item, ter diversos outros gastos operacionais para que, no fim, ele não seja vendido ou seja vendido com retorno financeiro menor que o oferecido por aplicações de baixo risco oferecidas no mercado.

Para minimizar então o custo de excesso de estoque, é importante embasar a tomada de decisão considerando o balanceamento desse custo de excesso com o custo da indisponibilidade de produtos (que geram o custo da falta e o custo da pressa).

Em boa parte dos negócios que se baseiam em venda de produtos, o custo de falta nada mais é do que a margem de contribuição que a empresa deixa de ganhar por não ter determinado item disponível para venda. No caso de empresas de serviço de manutenção, a falta do MRO pode gerar a perda da venda do serviço de manutenção, fazendo com que a empresa deixe de ganhar tanto na venda do item como na venda do serviço (além disso, há casos em que a empresa precisa pagar multa em contrato por não atender a demanda do cliente).

A indisponibilidade de estoque pode gerar ainda o que é conhecido como custo da pressa. Este custo acontece quando há falta de estoque e a empresa precisa sair correndo para atender. Esse processo não programado aumenta a ineficiência da empresa, gerando custos extras com fretes emergenciais entre instalações, fretes aéreos, turnos extras de produção etc.  

Sendo assim, é imprescindível avaliar quais os custos da indisponibilidade de produtos, contrapondo esses custos com os possíveis custos de excesso de estoques.

CUSTOS DE INDISPONIBILIDADE VERSUS CUSTOS DE EXCESSO DE ESTOQUE

Para itens com custo de indisponibilidade maior que o custo de excesso, vale a pena ter um planejamento que minimize a ruptura do item dado que quando vendido ele pode contribuir positivamente para o resultado da empresa ou se faltar pode gerar custo adicionais amargos à companhia. Por isso, deve-se prezar em ter uma política estruturada desse item para que a empresa não tenha perdas de venda e margens. Nesse caso, deve-se minimizar a falta de estoque.

Para itens com custo de indisponibilidade menor que o custo de excesso, significa que o custo de manter aquele produto em estoque é maior do que a perda gerada por ter uma ruptura de estoque (custo da perda da venda ou custo da pressa para obtenção do produto). Nesse caso é fundamental minimizar ou até mesmo eliminar estoque, quando se avalia restritamente ao resultado financeiro gerado por esse tipo de produto. Entretanto, mesmo nesse caso, empresas podem optar por manter estes itens em estoque por questões estratégicas, como não perder market share, não perder venda de outros produtos do portfólio visto que produtos com margens pequenas podem estimular a venda de outros da marca, necessidade em atender serviços combinados em contrato etc. Por isso, é importante conhecer em detalhes a estratégia da empresa e é nesse momento que a avaliação do custo de pressa se torna ainda mais relevante.

RELAÇÃO NÚMERO DE INSTALAÇÕES E ESTOQUE 

Uma das alternativas para reduzir o estoque de itens que geram “prejuízo” à operação da empresa é fundamental definir o menor número possível de instalações em que a empresa disponibilizará o produto, visto que quanto menor o número de instalações, menor será a variabilidade da demanda da instalação de atendimento e por consequência menor será o estoque de segurança para cada instalação. A tendência é que quanto mais centralizado o estoque do produto na rede logística da empresa, menor será o estoque total do item.

Em suma, em períodos econômicos com alto custo de capital, o custo de se manter produtos em estoque se torna um ofensor relevante para as companhias. Por esse motivo, a análise entre os diferentes custos do negócio e a relação entre estes deve ser compreendida a fim de se atingir a estratégia intrínseca de cada empresa.  

Referências:

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