Fechamos o ano 2022 com o diesel sendo vendido nos postos a R$ 6,4/litro, preço 18% acima do ano 2021. A região Norte é a que vende o diesel mais caro, especialmente o Acre. O combustível representa atualmente 47% do custo de uma viagem de 1000 quilômetros de uma carreta, sendo os demais custos distribuídos entre mão de obra, seguros, pneus, manutenção, lubrificação, depreciação do veículo, entre outros.
Internacionalmente, embora se observe queda no preço do barril de petróleo, o patamar de preço da comodity segue acima das médias anuais registradas desde 2015, e deve se manter alta para 2023.
Os preços dos caminhões (semirreboques e cavalos mecânicos) também subiram muito em 2022. Os juros continuam altos, com Selic acima de 13% em dezembro, dificultando financiamentos. A venda de caminhões novos foi menor em 2022 em comparação a 2021, ficando abaixo das expectativas das associações do setor. Para 2023, a chegada do Euro 6, norma que exige motores menos poluentes a partir de janeiro, traz um alívio para o meio ambiente, porém mais pressão de custos para renovação das frotas, pois os equipamentos são mais caros. Atualmente, a idade média de caminhões no Brasil é alta (14 anos), com os veículos mais antigos nas mãos dos caminhoneiros autônomos (21 anos).
Mas mesmo com o cenário de custos elevados, a demanda por transportes rodoviários em 2022 foi recorde. Embora a produção física industrial tenha andado de lado no Brasil, a safra de grãos em 2022 foi 4% acima de 2021, e, para 2023, o IBGE espera aumento de quase 12% na produção de granéis agrícolas. Essa expectativa trará uma grande necessidade de transporte para 2023, maior do que o recorde de 2022.
O modal rodoviário ainda representa mais de 60% da movimentação de cargas do Brasil e continuará mantendo esse patamar até que os programas de novas infraestruturas de modais alternativos realmente sejam concretizados.
Assim, o cenário para 2023 segue complexo para os gestores de logística das empresas que utilizam e operam o transporte rodoviário. Alta demanda, custos ainda elevados e dificuldade no aumento da oferta de veículos farão parte desse desafio que está por vir.
Cabe a nós, profissionais de logística, nos superarmos em termos de busca por eficiência, eliminando desperdícios, otimizando rotas, veículos, viagens, dimensionando corretamente frotas e redes logísticas. A eficiência e a produtividade são sempre os melhores caminhos para enfrentar os cenários mais desafiadores.