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Veículos elétricos no Brasil e o programa Mover

A indústria de veículos elétricos no Brasil está em um período de crescimento e transformação, e promete aquecer ainda mais com incentivos governamentais e a chegada de investimentos e novas montadoras ao país. Seguindo uma tendência global de busca por soluções mais sustentáveis para o transporte, o governo brasileiro lançou no início do ano de 2024 o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), com o objetivo de ampliar a descarbonização da frota automotiva. O projeto foi discutido e aprovado pelo Congresso e pelo Senado, e, no dia 27 de junho de 2024, sancionado pelo presidente Lula, apesar da polêmica inclusão da taxa de importação das compras internacionais de até US$50. Mas afinal, com a aprovação do Mover, quais avanços poderemos perceber na indústria de veículos elétricos e como isso poderá impactar a logística nacional nos próximos anos?

Entre as principais medidas do Mover estão a implementação da medição de emissões de carbono e a criação de incentivos fiscais, como o IPI Verde, que oferece redução de impostos para empresas que investem em tecnologias de descarbonização e cumprem requisitos de sustentabilidade. Com o incentivo, montadoras como Volkswagen, as chinesas BYD e GWM, entre outras, já anunciaram investimentos ao longo dos próximos anos que somam dezenas de bilhões de reais. Esses movimentos indicam que o Brasil poderá se tornar um importante polo de produção e consumo de veículos elétricos na América Latina. Enquanto parte dos investimentos se concentrará em veículos de passeio, também existe espaço para o desenvolvimento de alternativas para o transporte de carga. 

Atualmente o Brasil já conta com alguns modelos de caminhões elétricos, porém a sua ampla utilização passa por alguns desafios, principalmente relacionados à infraestrutura de recarga e à autonomia dos veículos. Dentre os modelos existentes hoje, a maioria se encaixa na categoria de caminhões mais leves, ideais para operações urbanas, com autonomia variando entre 100 e 200 km. Suas capacidades de carga útil giram em torno de 4 a 7 toneladas, com alguns modelos conseguindo suportar até 12 ton. Um detalhe a ser notado é que os caminhões elétricos atuais são geralmente mais pesados que seus equivalentes a diesel devido ao peso das baterias, o que, dependendo do modelo, pode reduzir em até 20% a capacidade de carga útil dentro da mesma faixa de PBTC (Peso Bruto Total Combinado), que é o peso máximo permitido do veículo incluindo a carga, o próprio caminhão e o implemento, como baú ou carroceria. 

 

Figura 1: Os modelos de caminhões elétricos e-Delivery 11 e 14 da Volkswagen. (Fonte Volkswagen)

 

Para maiores distâncias, o cenário ainda está pouco explorado, porém marcas como Volvo, Ford e Mercedes-Benz podem lançar ainda no ano de 2024 novos modelos de caminhões elétricos pesados, com PBTC de até 44 ton e autonomia entre 300 e 400 km. Em abril/24, o Ministério dos Transportes oficializou a autorização para o início das operações de caminhões elétricos pesados da Volvo no país. Ainda em regime experimental, os caminhões são voltados principalmente para rodar em zonas urbanas, regiões metropolitanas e no transporte intermunicipal de curtas e médias distâncias.

Com investimentos e a chegada de novas montadoras ao país, a concorrência e o número de modelos de caminhões elétricos disponíveis devem aumentar. Entre os principais diferenciais que serão observados estão a autonomia dos veículos, a capacidade de carga útil em relação ao PBTC, e o menor tempo de recarga. A melhoria na autonomia dos veículos e um tempo de recarga mais rápido são essenciais para superar os desafios atuais de infraestrutura, que ainda não conta com uma ampla rede de postos de recarga, principalmente que atendam caminhões. Esses avanços ajudam a ampliar o alcance dos caminhões elétricos, e serão fundamentais para que sejam utilizados não apenas nas áreas urbanas, mas também em rotas intermunicipais e de longa distância.

Em conclusão, o programa Mover representa um passo significativo para o futuro da mobilidade elétrica no Brasil. A combinação de incentivos fiscais, investimentos em infraestrutura e a chegada de novos modelos ao mercado deverá acelerar a adoção de veículos elétricos. Este movimento não só contribui para a redução das emissões de carbono, alinhando-se aos compromissos ambientais globais, como também impulsiona a inovação e o desenvolvimento econômico do país. 

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