O termo “Indústria 4.0” foi utilizado pela primeira vez em 2011, durante a Feira de Hannover, uma das feiras mais importantes relacionadas ao tema. Desde então, o mundo tem evoluído da era das automatizações para a era da digitalização, na qual tecnologias interligam em um único sistema as informações de diferentes etapas dos processos ou de diferentes elos das cadeias. Esse monitoramento é feito em tempo real para que as decisões sejam tomadas de forma rápida, assertiva e personalizada, de modo a atender as necessidades dos clientes.
Figuras 1 : Linha do tempo das revoluções industriais. Fonte: PwC
Entretanto, as expectativas dos clientes não param de crescer e, em busca de atender essas necessidades, a logística, que antes tinha um papel operacional, passou a ser parte estratégica do processo. Nesse contexto, junto com a 4ª revolução industrial, aparece o “Supply Chain 4.0” transformando o supply chain em um meio mais digital, com a aplicação de Internet of Things (IoT), big data, utilização de veículos e robôs autônomos. Essa transformação está sendo acelerada devido à crise gerada pela pandemia da Covid-19 que mudou muito os hábitos da população devido ao distanciamento social e aumentou em 57% o volume de compras online durante os 5 primeiros meses do ano de 2020, como citado no post publicado no Insight ILOS sobre e-commerce pelo analista Raphael Abinader.
Na pesquisa realizada pela KPMG, na Figura 2, é possível observar essa prioridade na transformação digital por parte dos executivos das empresas entrevistadas. No Brasil, cerca de 53% dos entrevistados responderam que vão investir em tecnologias visando a digitalização dos processos, número consideravelmente menor se comparado com o resto do mundo (67%), mostrando certa diferenciação nas estratégias entre o Brasil e o resto do mundo no que diz respeito à digitalização.
Figuras 2: Pesquisa prioridades estratégicas. Fonte: Valor Econômico
Essa estratégia de digitalização tem sido amplamente utilizada pelas empresas de varejo e tem dado resultados positivos para empresas nos EUA como Walmart, Target, Home Depot e Lowe’s. Mesmo durante a pandemia da Covid-19, essas empresas tiveram crescimento de vendas entre 9 – 35% devido à estratégia de omnicanalidade adotada por elas, ou seja, uma modalidade que alavancou as vendas foram comprar de forma online e retirar nas respectivas lojas.
No Brasil, a Magazine Luiza, do setor de varejo, também tem concentrado seus esforços no sentido da transformação digital, adquirindo recentemente a startup Stoq Tecnologia, especializada em soluções para pequenos varejistas que vendem online. As aquisições da varejista têm sido no sentido de criar um “ecossistema digital” reunindo serviços financeiros, logística e tecnologia, nos moldes de grandes grupos chineses como o Alibaba.
O Supply Chain 4.0 tem mostrado bons resultados, principalmente nesse período de crise em que estamos vivendo. A digitalização já é uma realidade em alguns setores, permitindo às empresas se adequarem aos novos hábitos de consumo da população de forma rápida e assertiva. Dessa forma, possivelmente essas empresas estarão preparadas para responder a uma nova mudança de hábito dos consumidores no futuro de um modo ainda mais rápido, atendendo às expectativas e melhorando cada vez mais os seus resultados.
Quer saber mais sobre o assunto? Transformação digital do Supply Chain e E-commerce e Novo Varejo serão dois dos 4 temas do 26º Fórum Internacional Supply Chain, que o ILOS irá promover entre os dias 13 e 15 de outubro. O evento acontecerá pela primeira vez 100% online e contará com os maiores especialistas em logística e supply chain para discutir as novas tendências.