Com o passar dos meses de 2020, a população vem se adaptando à diminuição da quarentena e ao relaxamento das medidas de isolamento social, enquanto muitas empresas relatam que “o pior já passou” e vêm buscando se adaptar à “Nova Realidade”. Dentre as várias medidas que as empresas precisarão implementar para retomar suas atividades, destacamos a revisão de parâmetros para o rebalanceamento dos estoques.
Figura: Revisão das políticas de estoque precisa ser feita regularmente, especialmente ao enfrentar uma nova realidade. Fonte: Tiger Lily from Pexels
A revisão de parâmetros que definem as políticas de estoque e os tamanhos destes precisa ser feita de forma regular nas empresas. Entender como as mudanças afetam tais parâmetros e recalcular a política de estoque é uma atividade corriqueira para as áreas de operações. Com a crise do coronavírus, muitos parâmetros precisam ser revisados, dentre os quais temos:
1) Nível de Serviço: Empresas que ofertavam níveis de serviço de 99% conseguirão manter estes índices? Em muitos casos, o nível de serviço caiu durante a pandemia, por conta das incertezas trazidas pela crise, porém no pós-pandemia, qual serviço será oferecido? É preciso entender se os valores utilizados antes serão mantidos ou se haverá uma nova proposta para o nível de serviço ofertado.
2) Demanda esperada: As demandas previstas mudaram muito ao longo de 2020, entender qual será o novo patamar de demanda após a crise será fundamental para calcular os níveis de estoque ideais. Podemos citar dois exemplos: o álcool em gel, que teve um pico de demanda, deve apresentar um patamar de demanda maior que o anterior, visto que haverá uma mudança no comportamento das pessoas em relação à higienização das mãos por um longo período. Outro exemplo seria o papel higiênico, que também sofreu um aumento repentino na demanda logo no início da quarentena, porém com um padrão de consumo que não foi alterado, por conseguinte, o patamar de demanda esperado deve ser o mesmo do período anterior à quarentena. O post relacionado aos ajustes nas séries históricas trata mais deste assunto;
3) Variação na Demanda: As incertezas trazidas pela crise sanitária geram maior variação na demanda, o que gera maiores necessidade de estoques para suprir as incertezas;
4) Lead Time esperado: O tempo médio para recebimento de produtos pode ter aumentado por conta de problemas e interrupções no fornecimento, o que leva à necessidade de aumento de estoques, ou ainda a empresa pode ter redefinido os modais de transporte, que também alteram o parâmetro;
5) Variação no Lead Time: as incertezas também afetam os tempos previstos para entrega, o que traz também maiores necessidade de estoques.
Além destes parâmetros, outros que podemos citar como fundamentais para a revisão das políticas de estoque são a frequência de pedidos, tamanho dos lotes, capacidades, estoques mínimos e máximos, entre outros. Ainda, devemos redefinir o custo de oportunidade utilizado para calcular o custo financeiro de estoque, visto que a redução da taxa Selic contribui para o “barateamento” dos custos financeiros e pode justificar, por exemplo, um aumento nos níveis de estoque. Por fim, será fundamental reavaliar a frequência com que todos estes parâmetros são revisados, de maneira que pode ser necessário revisões mais frequentes no futuro.
A revisão de parâmetros é somente uma das 18 ações práticas que serão analisados na live de Rebalanceamento dos Estoques no Pós Crise, que o ILOS irá promover nesta quinta-feira, dia 23 de julho às 16 horas. Será uma oportunidade imperdível para entender os impactos e planejar as ações necessárias para a Nova Realidade.