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Cabotagem no Brasil: Análise do atual cenário do modal


A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) acaba de fechar os dados referentes ao ano de 2022, e a cabotagem teve uma queda de quase 2% no volume transportado, que chegou a 203 milhões de toneladas. O principal fator para essa pequena redução foi a queda na movimentação de petróleo das plataformas brasileiras para a região costeira, volume este que representa 60% da carga transportada por cabotagem no Brasil.

Apesar da ligeira redução, a cabotagem como um todo segue crescendo no Brasil, a uma taxa anual de 6% nos últimos 5 anos. Mesmo no período da pandemia de Covid-19, o modal teve forte crescimento, de 14,2%, puxado essencialmente pelo aumento da produção de petróleo no Brasil no período.

Volume de carga transportada por cabotagem no Brasil - ILOS

Figura 1 – Volume de carga transportada por cabotagem no Brasil (MM ton) – Fonte: Antaq

Na cabotagem de contêineres, o cenário foi parecido com o geral, também com queda de 2% em relação a 2021, com um volume de 18,1 milhões de toneladas transportadas em 2022. Na análise dos últimos 5 anos, porém, o desempenho do transporte de contêineres tem sido superior, com crescimento de 8% ao ano desde 2018.

Por conta da maior produção industrial e agrícola no Sul e no Sudeste do Brasil, uma tendência da cabotagem no país é de que os maiores volumes partam de portos dessas regiões. De fato, 64% da carga transportada por cabotagem de contêineres em 2022 partiu de um porto da região Sul ou Sudeste, sendo que mais da metade dela (56%) foi para um porto das regiões Norte ou Nordeste.

Em consequência, das 10 maiores rotas de cabotagem de contêineres em volume, 9 têm origem em um porto do Sul/Sudeste, sendo que 5 vão para o Norte/Nordeste. Entretanto, a principal rota de cabotagem no Brasil em 2022, em volume, teve como origem o Amazonas e destino São Paulo, com 1,3 milhões de toneladas transportadas. Não é por menos. A capital Manaus só é acessada por balsa, por avião ou por navio de cabotagem, com esse último sendo mais vantajoso para escoar a produção da Zona Franca com destino o Sul/Sudeste do Brasil.

Por fim, no caso dos contêineres, uma análise importante a ser feita é a relação entre a carga que tem efetivamente origem e destino em portos brasileiros (que chamaremos de cabotagem de carga nacional) e aquela que vem do exterior, desce em um porto brasileiro e depois segue por navio para outro porto brasileiro ou que faz o caminho inverso (considerada carga feeder). Pois bem, no Brasil, nos últimos 4 anos, a carga feeder tem representado pouco mais de 23% do volume movimentado na cabotagem de contêineres.

Relação Cabotagem de Carga Nacional x Feeder no transporte de contêineres por cabotagem - ILOS

Figura 2 – Relação Cabotagem de Carga Nacional x Feeder no transporte de contêineres – Fonte: Antaq

Alguns desses dados você também pode acompanhar no nosso painel de indicadores logísticos. Lá, você vai encontrar a aba cabotagem, que traz os principais números do modal fornecidos pela Antaq. Além deles, você também poderá acessar dados dos modais rodoviário e ferroviário. Esse painel ainda está em construção, ou seja, em breve, teremos novidades!

 

Referências:

Antaq

https://ilos.com.br

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Comunicação Social pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). Atuação em diversos projetos com ênfase na análise de mercado para empresas como Unilever, Intertank, Invepar, Aqces, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial.

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