As exigências crescentes por novos produtos, customização, qualidade e alto nível de serviço tem desafiado grandes empresas ao redor do mundo. Para atender seus clientes, a Nike tem investido em parcerias estratégicas e inovação ao longo da sua cadeia de suprimentos.
A complexidade e o tamanho da logística da Nike já foi tema aqui em nosso blog, em um post do Alexandre Lobo. Para se ter uma ideia da dimensão de suas operações, a Nike irá enviar 1,3 bilhões de produtos em 2018, através de 566 fábricas e 75 centros de distribuição, para 30 mil pontos de venda em 190 países. Uma empresa com tais dimensões necessita constantemente de inovações para se manter na liderança de seu mercado, e é o que se observa em diversas áreas da empresa.
Como é de se esperar, a Nike investe muito em automação e robótica em suas plantas fabris. Não somente a velocidade para a fabricação de seus produtos é importante, como também a escalabilidade que permite que tais inovações sejam aplicáveis para múltiplos SKUs e em diferentes locais. Um exemplo é o processo de fabricação do solado dos pares de tênis que, através da inovação, reduziu o tempo de produção de 50 minutos para 2,5 minutos, o que diminuiu em 75% o consumo de energia, 50% dos custos de ferramentas e 60% dos custos de mão-de-obra.
Além disso, a Nike tem feito parcerias com empresas específicas, como a fabricante Flex para produção dentro dos Estados Unidos. Através somente desta parceria estratégica, a Nike irá entregar mais de 3 milhões de pares no país em 2018 e com expectativa de dezenas de milhões em 2023, com mais de 25% deste volume sendo vendido diretamente para o consumidor. Com esta parceria, a Nike conseguiu reduzir seu lead time entre produção e entrega do produto de 60 dias para somente 10. Apesar do benefício em lead time que a proximidade oferece, trazer a produção das tradicionais fábricas asiáticas para solo americano tem seu custo. Para reduzir o custo de mão-de-obra, por exemplo, a Flex utiliza automação em larga escala.
Esta parceria também permite um go-to-market mais ágil, como o que ocorreu com o modelo Nike Flyknit. Com a fabricante parceira Flex, este modelo chegou ao mercado 12 semanas antes do que o mesmo modelo chegou com um fabricante tradicional. Além disso, o Flyknit pode ser totalmente customizado no site da empresa e entregue na casa do cliente em menos de 10 dias.
Figura 1 – Modelo de calçado Nike Flyknit
Fonte: Divulgação
Não somente a criação de parcerias é um objetivo da Nike como também a redução no número de varejos em sua cadeia de suprimentos. Foco maior em parceiros estratégicos e nas vendas online trariam mudanças drásticas no setor. Além disso, a Nike pretende trazer maior visibilidade de seus estoques, porém não para o varejo, e sim para o consumidor. Ou seja, o cliente poderia visualizar se o calçado que ele busca tem ou não em estoque na loja de sua preferência.
Inovação, parcerias e colaboração na cadeia de suprimentos tem permitido à Nike se manter no topo. A configuração de sua nova estratégia de operações permite o atendimento deste mercado cada vez mais exigente.
Para conhecer melhor as operações da empresa, o ILOS organiza anualmente a Missão Internacional de Logística na Europa, cujo roteiro incorpora a visita ao Mega CD da Nike que atende todo o continente europeu, localizado na Bélgica.
Figura 2 – Visita ao Mega CD da Nike em Flanders, na Bélgica, realizada na Missão
Fonte: Acervo ILOS
Referências:
<http://www.scdigest.com/ONTARGET/17-11-01-1.PHP?cid=13235&ctype=content>