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Logística como diferencial nas práticas de ESG

Antes de explorar a relação entre logística e ESG, vale reforçar o conceito do ESG. ESG é uma sigla, em inglês, que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. Esse termo tem sido cada vez mais utilizado pelas empresas que buscam crescer de forma sustentável em linha com as boas práticas.

Mas qual é a relação da logística com ESG? Total. Uma logística eficiente contribui para a melhoria do meio ambiente, há diversas atividades logísticas que podem ser trabalhadas de maneira inclusiva ou ações de responsabilidade social que são capitaneadas pelo Supply Chain.

Na frente ambiental há várias inciativas que contribuem para a melhoria do meio ambiente. No transporte rodoviário, a otimização das entregas, veículos com melhor ocupação ou até mesmo a utilização de veículos mais novos e com a manutenção em dia são alguns exemplos. Outra opção é a troca por modais menos poluentes, como é o caso da mudança do rodoviário pela cabotagem, ou do ar pelo mar. Em alguns BIDs que o ILOS vem conduzindo, observamos que cada vez mais as empresas contratantes estão buscando alternativas mais verdes. Ou seja, aqueles operadores logísticos que de alguma forma usam, para parte dos fluxos, a cabotagem estão se diferenciando. No last mile, também é cada vez mais comum a utilização de entregadores de bicicleta como forma de diminuir a emissão de poluentes, além de ser uma prática que reverbera no pilar social.

Na armazenagem, é bastante comum que os CDs tenham cada vez mais a pegada verde em sua construção ou nos equipamentos. Exemplos na construção passam por telhados verdes, reaproveitamento da água, preferência por iluminação natural, entre outras. Equipamentos elétricos, reutilização de paletes e posterior doação para entidades de reciclagem estão entre as práticas mais adotadas.

Por outro lado, iniciativas como a eletrificação de caminhões e a descarbonização do mar são pontos ainda pouco explorados, mas que também merecem atenção. Ambos no futuro próximo serão temas de discussão entre os executivos de Supply Chain. O primeiro porque traz marketing para as empresas, mas requer investimento e vontade por parte dos contratantes de fazer acontecer; e o segundo porque afetará toda a cadeia de comercio internacional, dado que será item obrigatório em pouco tempo.

Já na frente social, é comum as empresas terem programas voltados para as comunidades onde estão inseridas, como cursos profissionalizantes, iniciativas voltadas ao ensino de práticas ecológicas, ações de voluntariado de diversas naturezas, entre outras. Na logística, especificamente no transporte, há um trabalho forte de disseminação de boas práticas de direção, além do combate à exploração sexual nas estradas. Programas como “Na mão certa” vieram para disseminar uma maior conscientização nas estradas. Já na armazenagem, programas inclusivos vêm sendo aplicados, com diversas empresas buscando pessoas com algum grau de deficiência para trabalhar no armazém.

A presença feminina também vem aumentando bastante na operação. Em vários operadores logísticos, as mulheres já ocupam cargo de liderança, enquanto outros têm ações voltadas para aumentar a quantidade de motoristas mulheres. Empresas mais avançadas em práticas de ESG buscam o equilíbrio entre homens e mulheres não só na gestão, mas em todo o time.

Por fim, na frente de governança, o ponto que chama atenção é a transparência na gestão financeira e ética dos negócios. Tão importante quanto sinalizar as conquistas é ser transparente quando não for possível, ou quando precisou-se dar passos para trás para depois avançar.

O caso da Lego é um exemplo dessa transparência. A empresa voltou atrás na decisão de usar plástico reciclável como matéria prima de seus produtos. Alegou que, para ter a escala adequada de produção, seria necessário mudar tudo nas fábricas e que, depois de tudo isso, a pegada de carbono seria maior. A humildade e disposição em comunicar isso ao mercado foram fundamentais para que a transparência fosse exercida.

Na logística é cada vez mais comum vermos nos relatórios de relações com investidores explicações associadas à operação. Registrar e deixar explicito ao mercado quais são as práticas logísticas e como elas agregaram valor no negócio tem sido fundamental para passar credibilidade e transparência.

Ser sustentável nos três pilares do ESG requer esforço, dedicação e investimento. Aliás, enquanto a infraestrutura e os equipamentos forem caros ou escassos, o ritmo dessa transformação tende a ser mais lento. Por outro lado, é fato que esse olhar mais atento e voltado para a sustentabilidade veio para ficar, e o Supply Chain pode contribuir de forma efetiva nessa jornada. A pergunta é: o que você, enquanto profissional de logística, vem fazendo? E na sua empresa, quais práticas ESG aplicadas ao Supply Chain vêm sendo utilizadas?

Referencias

 

https://ilos.com.br

Monica Barros é Sócia Gerente do ILOS. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Logística, atuando em empresas como Shell, Ambev e White Martins. Em consultoria, já participou de diversos tipos de projetos, incluindo Planejamento Estratégico, Desenvolvimento de Redes Logísticas, Gestão de Transporte, Identificação de Oferta e Demanda.

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