HomePublicaçõesInsightsCompartilhamento de transporte, armazenagem e embalagem: uma estratégia sustentável para a logística

Compartilhamento de transporte, armazenagem e embalagem: uma estratégia sustentável para a logística

A sustentabilidade na cadeia logística é uma questão cada vez mais importante para as empresas que buscam reduzir seus impactos ambientais e sociais. Uma das formas de tornar a logística mais sustentável é adotar o conceito de economia compartilhada, em que diferentes empresas buscam sinergias entre suas operações de forma a aumentar a eficiência do uso de seus recursos. 

No supply chain, temos três principais áreas em que o compartilhamento possui impactos ambientais positivos. São elas:

  1. Transporte: ao compartilhar o espaço nos veículos com outras empresas para o transporte de carga e de pessoas, há melhor aproveitamento da capacidade do veículo e a redução do número de viagens realizadas. Esta ação traz, principalmente, a economia de combustível e a diminuição da emissão de poluentes. Para entregas de last mile, esta prática já é muito comum. No entanto, em viagens de transferência entre instalações, são poucas as empresas que atualmente fazem o compartilhamento.
  2. Armazenagem: compartilhar áreas de armazenagem de produtos entre diferentes empresas acarreta na redução dos impactos ambientais por meio do menor consumo de energia elétrica e de água, além de melhor aproveitamento do uso da terra, da mão de obra e de equipamentos. Ainda, caso as empresas façam parte da mesma cadeia logística, há também um efeito de redução na quilometragem percorrida entre instalações.
  3. Embalagem: utilizar a mesma embalagem para acondicionar produtos de diferentes empresas diminui a geração de resíduos da cadeia, principalmente na cadeia logística de bens de consumo.

Empresas que adotam o compartilhamento na logística contribuem, portanto, para a redução do consumo de combustível, de energia e de água, das emissões de poluentes e da geração de resíduos. Desta forma, atuam ativamente para serem mais sustentáveis com o objetivo não só da redução de seus impactos, como também pela estratégia de redução de custos operacionais e possível melhora do nível de serviço, como já trouxemos neste post do ILOS Insights.

No entanto, para implementar uma logística compartilhada há alguns desafios, como os que cito abaixo:

  1. Integração: o compartilhamento, seja de veículos, de galpões ou até de embalagens, exige integração entre as empresas, com alinhamento de processos, tecnologia, padrões de qualidade, normas na operação, entre outros. É importante que a comunicação, a coordenação e o monitoramento das operações sejam feitos de forma conjunta, o que é possível pelo uso de tecnologia.
  2. Alinhamento: para que a iniciativa seja implementada com sucesso, os objetivos, expectativas e indicadores precisam ser acordados, evitando conflitos sobre a operacionalização do compartilhamento.
  3. Vulnerabilidade e dependência: inevitavelmente, ao estruturar uma logística compartilhada, as empresas participantes tornam-se vulneráveis à operação dos parceiros, sendo impactados por situações como quebras na cadeia, alta variação na demanda, problemas financeiros, vazamento de informação, entre outros. Desta forma, assume-se mais riscos, que podem ser controlados por meio de contratos bem estruturados.

Por conta dos desafios mencionados, a prática de compartilhamento ainda é pouco difundida entre os embarcadores no Brasil. Realizar operações compartilhadas exige intensa comunicação e estruturação cautelosa, principalmente com relação à dados e processos. Por estas e outras razões, as quais trazemos abaixo, este modelo de execução de operações logísticas é mais viável de ser implementado e possui maior potencial de colher bons frutos para alguns perfis de empresa, como:

  1. Porte da empresa: empresas de pequeno e médio porte podem se beneficiar mais da economia compartilhada, pois elas apresentam menor recursos disponíveis e maior necessidade de redução de custos. Além disso, quanto menor o porte, maior tende a ser a flexibilidade para se adaptar à nova operação.
  2. Segmento de atuação: alta sazonalidade, variação de demanda ou diversidade de produtos são características que podem trazer maior benefício ao compartilhamento, pois as empresas parceiras podem aproveitar melhor os recursos ociosos.
  3. Cultura organizacional: empresas que têm uma cultura mais colaborativa e inovadora podem se adequar melhor à economia compartilhada, pois em geral estão mais dispostas a estabelecer parcerias, compartilhar informações e soluções, e buscar novas formas de atender às necessidades dos clientes. Além disso, elas podem ter mais facilidade para utilizar as tecnologias que facilitam a comunicação, a integração e o monitoramento das operações.

Certamente, a economia compartilhada possui grande potencial para contribuir com práticas sustentáveis às empresas. A redução das emissões de gases do efeito estufa, a otimização do uso dos recursos naturais, a melhor utilização de espaço, veículos e equipamentos são efeitos diretos desta prática. Ainda, há o benefício do estímulo à inovação, pois a comunicação entre as empresas permite maior compartilhamento de ideias e soluções, colaborando para o desenvolvimento conjunto de todas, aumentando sua eficiência e competitividade.

Faz parte da Equipe ILOS desde 2018, trabalhando em projetos com foco em Logística e Supply Chain. Suas experiências englobam grandes players da indústria de cimento, de polímeros e de bens de consumo, além de empresas do varejo. Tipos de projetos realizados no ILOS: Gestão de transporte, estratégia de contratação de transportes, assessoria sobre impactos do tabelamento de pisos mínimos de frete, dimensionamento de frota, mapeamento e otimização de processos, redução dos índices de devolução.

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