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Inteligência Artificial e Machine Learning no planejamento da demanda

Este artigo resume um pouco do uso corrente de ferramentas de Analytics baseadas em Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) no planejamento da demanda, destacando o potencial de melhorar a acuracidade em um ambiente cada vez mais complexo, com portfólios diversificados, canais de distribuição variados e competição acirrada.

Já é possível observar a melhora na acuracidade através do aumento no volume de dados tratados e variáveis consideradas nos modelos, permitindo a identificação de padrões imperceptíveis ao “olho humano” e, também, automatização do tratamento dos dados das séries de vendas, melhorando o baseline e possibilitando utilizar informações de venda mais granulares.

Além da melhora na acuracidade do plano tático mensal, o uso de IA e ML no planejamento da demanda também pode auxiliar na identificação de tendências de consumo de longo prazo, orientando a definição de portfólio e o desenvolvimento de novos produtos. Adicionalmente, pode aprimorar os mecanismos de reposição de curto prazo com técnicas de demand sensing.

Outro benefício potencial é a capacidade de simular cenários futuros com base em diferentes conjuntos de variáveis, como mudanças na economia, padrões climáticos ou alterações nas preferências do consumidor. Essas simulações podem ajudar as empresas a se adaptarem rapidamente às mudanças no mercado e tomarem decisões mais adequadas sobre a alocação de recursos.

Abaixo, resumo os potenciais benefícios e cito exemplos de empresas que já estão adotando IA e ML em suas atividades de planejamento:

  1. Aumento da acuracidade das previsões: identificação de padrões complexos e inclusão de um maior número de variáveis exógenas, melhorando a precisão das previsões de demanda. A Amazon desenvolveu algoritmos para ajudá-la a lidar com os diversos padrões sazonais, estimar o impacto de promoções e eventos específicos, como o lançamento de produtos, bem como antecipar a movimentação de produtos para os seus fulfillment centers;
  2. Automação do tratamento de dados: automatizar o tratamento de dados das séries de vendas permite o uso de informações mais granulares, o que pode levar a melhores previsões e ajustes no baseline. Walmart automatiza o tratamento de dados de vendas de suas lojas, permitindo que a equipe de planejamento se concentre na análise de tendências e na tomada de decisões estratégicas;
  3. Identificação de tendências de consumo de longo prazo: a análise avançada de dados pode ajudar as empresas a identificar tendências emergentes, orientando a definição de portfólio e o desenvolvimento de novos produtos. Pharmapacks desenvolveu algoritmos para identificar a crescente demanda por produtos naturais e orgânicos, direcionando esforços para desenvolver e promover produtos que atendam a essa tendência;
  4. Aprimoramento dos mecanismos de reposição de curto prazo: técnicas de demand sensing podem ser aprimoradas com a ajuda da IA e ML, otimizando a reposição de estoque e reduzindo excessos ou faltas de produtos. A Zara utiliza técnicas de demand sensing para identificar mudanças rápidas na demanda por diferentes estilos e tamanhos, otimizando a reposição de estoque e reduzindo a quantidade de itens encalhados;
  5. Simulação de cenários futuros: simular cenários baseados em diferentes conjuntos de variáveis, como mudanças na economia ou padrões climáticos, auxilia na tomada de decisões estratégicas. A Tesla simula cenários relacionados a mudanças nas políticas governamentais, como incentivos fiscais para veículos elétricos, e ajusta sua estratégia de produção e distribuição de acordo;
  6. Otimização de estratégias de marketing e promoção: a compreensão aprofundada dos fatores que impulsionam as vendas pode ajudar as empresas a otimizar suas estratégias de marketing e promoção, aumentando a eficácia dessas ações. Coca-Cola e P&G utilizam IA e ML para analisar o impacto de diferentes promoções e campanhas de marketing no comportamento do consumidor, permitindo que as empresas direcionem seus recursos para ações mais eficazes;
  7. Adaptação rápida às mudanças no mercado: com análises avançadas e previsões mais precisas, as empresas podem se adaptar mais rapidamente às mudanças no mercado e alocar recursos de forma mais eficiente. A Mercks utiliza IA e ML para monitorar e prever mudanças nas condições do mercado, como a aprovação de novos medicamentos concorrentes, e adapta rapidamente sua estratégia de lançamento e precificação para manter a competitividade.

Essas são apenas alguns exemplos de como a IA e o ML tem sido aplicados com sucesso no planejamento da demanda e no entendimento do mercado. No entanto, a adoção de IA e ML no planejamento da demanda enfrenta barreiras significativas, como baixa maturidade do processo atual, falta de conhecimento técnico e de integração na cadeia para obtenção de dados. 

Superar esses desafios envolve melhorar a maturidade do processo de S&OP e IBP, capacitar a equipe em modelos clássicos de previsão de vendas e ferramentas de Analytics, e avançar na colaboração na cadeia de suprimentos. A implementação de uma plataforma de dados unificada, que permita a coleta, processamento e análise de informações de várias fontes, é crucial para o sucesso dessas iniciativas.

– McKinsey – How Amazon is using machine learning in its demand forecasting

– Walmart – Walmart establishes strategic partnership with Microsoft to further accelerate digital innovation in retail

– Analytics India Magazine – Procter Gamble leveraged analytics tide FMCG slowdown

– Forbes – How Coca-Cola uses AI to drive success

– Analytics India Magazine – Unilever saves 500 million euros using AI analytics

– Forbes – Zara uses supply chain to win again

– Merck Group – AI in supply chain

– Medium – How Tesla is using AI and big data analytics in their self-driving cars

– Analytics Steps – How Tesla is making use of artificial intelligence in its operations

 

https://ilos.com.br

Sócio Executivo do ILOS. Graduado em Engenharia de Produção pela EE/UFRJ, é Mestre em Administração de Empresas pelo COPPEAD/UFRJ com extensão na EM Lyon, França, e doutor em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Tem diversos artigos publicados em periódicos e em revistas especializadas, sendo um dos autores do livro: “Previsão de Vendas: Processos Organizacionais & Métodos Qualitativos e Quantitativos”. Suas áreas de pesquisa são: Planejamento da Demanda, Serviço ao Cliente no Processo Logístico e Planejamento de Operações. Atuou durante 8 anos no CEL-COPPEAD/UFRJ, ajudando a organizar a área de Ensino em Logística. Em consultoria, realizou diversos projetos na área de logística, como Diagnóstico e Plano Diretor, Previsão de Vendas, Gestão de Estoques, Planejamento da Demanda e Plano de Capacitação em empresas como Abbott, Braskem, Nitriflex, Petrobras, Promon IP, Vale, Natura, Jequití, entre outras. Como professor, ministrou aulas em empresas como Coca-Cola, Souza Cruz, ThyssenKrupp, Votorantim, Carrefour, Petrobras, Vale, Via Varejo, Furukawa, Monsanto, Natura, Ambev, BR Distribuidora, ABM, International Paper, Pepsico, Boehringer, Metrô Rio, Novelis, Sony, GVT, SBF, Silimed, Bettanin, Caramuru, CSN, Libra, Schlumberger, Schneider, FCA, Boticário, Usiminas, Bayer, ESG, Kimberly Clark e Transpetro, entre outras.

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