Todos os anos, o ILOS realiza as Missões Internacionais de Logística, que têm como intuito capacitar executivos e lideranças por meio de visitas técnicas, palestras com convidados especiais e uma imersão nas melhores práticas de Logística utilizadas por grandes empresas do mundo em três destinos: Europa, Estados Unidos e China. Entre as empresas visitadas na Europa, estão portos estratégicos e com infraestrutura eficiente, como Rotterdam na Holanda e Antuérpia na Bélgica, que funcionam como gateway de corredores logísticos multimodais para atendimento continental. O programa também inclui centros de distribuição, como o da Nike, que atende todo o continente europeu e empresas de tecnologia como a VanDerLande Industries. Esta é uma experiência que já tem data para acontecer. Sobre este tema, conversamos com César Lavalle, responsável pela área de Relações Internacionais do ILOS.
Qual o objetivo das Missões Internacionais de Logística promovidas pelo ILOS?
Durante o ano, o ILOS atua em parceria com instituições internacionais levantando temas de vanguarda, melhores práticas, uso da tecnologia, inovação e conteúdos relevantes sobre a contribuição que diferentes organizações estão trazendo para a Logística. Desta forma, os principais objetivos das Missões são:
- Expandir o conhecimento de negócios em termos globais e explorar práticas adotadas em diferentes países, possibilitando aos participantes a reflexão sobre a implementação de soluções no contexto de suas empresas;
- Possibilitar que o participante compare na prática a dinâmica do contexto de negócios em cada região e suas diferentes formas de reação frente as mudanças do cenário mundial;
- Promover a troca e o networking entre as comunidades que estudam e praticam Logística no mundo inteiro.
Qual a contribuição de cada destino no que se refere à Logística? Qual o drive de cada um?
Na Europa, o mais interessante é a organização, a produtividade e a eficiência logística em função da alta complexidade operacional. Vale destacar o uso do transporte multimodal (ferrovia, rodovia e sistema aquaviário) de forma inovadora. Existem muitos incentivos para que os modais se integrem, pois os custos da terra e de pessoal no continente europeu são muito mais altos do que nos Estados Unidos.
Já nos Estados Unidos, o ambiente de negócios é dinâmico, eles priorizam resultado no curto prazo. Não estão concentrados se o modelo de negócio é o melhor. Diferente do que pensam os europeus e os brasileiros, que buscam a perfeição, os americanos conseguem se reinventar rapidamente. Se uma instalação não dá certo, eles não têm receio de fazer tudo do zero, se esta for a opção mais vantajosa.
A China, por sua vez, tem uma capacidade de planejamento e gestão de grandes projetos impressionante. Temos muito que aprender com os chineses. E com as diferenças de cada país, cada qual dentro de sua vocação para logística, pois a troca de comércio no mundo globalizado tende a se intensificar.
O Brasil, dentro dos desafios logísticos a que se propõe, de investir em infraestrutura e em múltiplos modais, como rodovias, ferrovias, hidrovias, precisa olhar para a Europa. É preciso olhar para fora.
O Brasil pode alcançar níveis mais avançados de desenvolvimento em Logística? As soluções aprendidas nas Missões Internacionais podem ser adaptadas para o País?
Um pré-requisito para o País dar um passo adiante é entender o que acontece contextualmente em outros países. O Brasil passa por esse momento. Precisa melhorar em produtividade e eficiência. O modelo da economia baseado no consumo se esgotou, e o governo aponta para mudança de modelo orientado por investimentos. Para isso, é necessário investimentos relevantes em pessoas, tecnologia, processos e instalações, o que, no passado, foi feito por outros países, e nos dá um caminho por onde começar e para onde seguir.
Qual o perfil do público que participa das Missões Internacionais?
Atendemos um público diversificado, tanto de executivos que são muito bons na parte técnica, e buscam maior experiência na área gerencial, quanto executivos que vieram de empresas com estrutura familiar e buscam aprender melhores práticas, metodologias e implantar inovações.
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