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Aplicando a Regra da Raiz no dimensionamento do estoque de segurança em uma mudança de rede

Em um projeto de construção ou revisão da rede logística, dentre os custos que devem ser avaliados está o custo de estoque. Isso porque o número de pontos de armazenagem impacta diretamente na necessidade de estoque de segurança na cadeia (para saber mais sobre outros tipos de estoque, leia: As cinco funções do estoque). Como o estoque de segurança faz um papel de escudo contra a variabilidade na demanda e no prazo de entrega, quanto mais disperso o estoque está na cadeia, maiores são as incertezas e maior deve ser este escudo para manter o mesmo nível de disponibilidade de produtos.

Para nos ajudar a dimensionar o impacto da descentralização ou centralização dos estoques no nível do estoque de segurança, podemos lançar mão do que é conhecido popularmente como a “Regra da Raiz Quadrada”. Por esta regra, espera-se que o fator de impacto dos níveis de estoque de segurança (FIE) em uma rede de instalações seja igual à raiz quadrada da razão entre o número inicial de instalações com estoque (NIIE) e o número final de instalações com estoque (NFIE). A imagem a seguir apresenta essa fórmula e um exemplo de aplicação para um caso de centralização em que uma rede composta por dois centros de distribuição será substituída por um único armazém central.

Figura 1 – Regra da Raiz Quadrada e aplicação em exemplo hipotético
Fonte: Adaptado de WANKE (2006)

No entanto, é preciso usar este recurso com parcimônia, pois não se aplica a qualquer caso e algumas simplificações devem ser feitas. Considerando o exemplo hipotético acima, com relação à redução esperada dos níveis de estoque de segurança, duas condições devem ser observadas:

  1. Sistematicamente quando a demanda na região de mercado atendida pelo CD1 varia para mais, a demanda na região de mercado atendida pelo CD2 varia para menos e vice-versa. Se ambas as variações forem no mesmo sentido, não há compensação possível nos níveis de estoque entre as instalações
  2. A magnitude da variação da demanda na região de mercado atendida pelo CD1 apresenta a mesma ordem de grandeza da magnitude da variação da demanda na região de mercado atendida pelo CD2. Se as magnitudes apresentarem ordens e grandeza diferentes, o efeito da compensação também é reduzido.

O exemplo ilustrado a seguir apresenta boas condições para a redução dos estoques de segurança por meio da substituição de dois CDs por um único CD central.

Figura 2: Análise das demandas para dois centros de distribuição – variação em sentidos opostos
Fonte: Adaptado de WANKE (2006)

Um desenho de rede vai muito além da avaliação dos impactos nos estoques. Outros custos como transporte, armazenagem, benefícios fiscais além dos impactos no nível de serviço oferecido ao cliente devem ser considerados em um projeto de construção ou revisão da rede logística. O consultor Bernardo Falcão escreveu sobre este tema em: A importância da correta definição de uma rede logística. Se quiser saber mais sobre o assunto, o ILOS pode ajudar por meio de cursos ou projetos de revisão de rede logística.

Referências:
WANKE, Peter. Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimentos: Decisões e Modelos Quantitativos. Editora Atlas. São Paulo, 2006.

https://ilos.com.br

Sócia Gerente do ILOS, mestre em Administração pelo COPPEAD/UFRJ com extensão na European Business School – EBS, Alemanha e Administradora de Empresas pela UFRJ. Mais de 10 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Na área de capacitação, desenvolveu jogos de empresas e cursos online e hoje ministra aulas de Análise de Dados, Gestão de Estoques, Gestão de Armazenagem além de aplicar jogos empresariais como Beer Game em programas abertos e in company em empresas de diversos segmentos, como Coca-Cola, Nestlé, ThyssenKrupp, Votorantim, Carrefour, Mallinkrodt, Souza Cruz, Via Varejo, Monsanto, Itaú, Renner, Ipiranga, entre outras. Em consultoria, realizou projetos como Redefinição de Rede Logística, Gestão de Estoques, Estruturação de Processo de S&OP e Diagnóstico das Operações de Armazenagem e Transportes em empresas como Coca-Cola, Souza Cruz, Editora Moderna, Petrobras, Ducoco, Ultragaz, Silimed, Eudora entre outras.

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