Como acontece periodicamente, o jornal Valor Econômico lançou nessa quinta-feira o seu já tradicional caderno de logística. Assim como nas outras edições, a publicação traz um panorama do setor no Brasil, abordando desde como andam os custos logísticos até temas que prometem ganhar o dia a dia das empresas nos próximos anos, como a internet das coisas. Apesar de os investimentos em tecnologia serem fundamentais para o futuro das empresas, o tema custos logísticos sempre ganha destaque, principalmente em períodos de crise econômica como o que vivemos.
E as notícias não são nada boas. No estudo realizado pelo próprio ILOS e divulgado pelo Valor Econômico, os gastos das empresas com logística no Brasil subiram em 2015, representando 11,9% do PIB do País, contra 11,7% do ano anterior. O responsável por esse aumento nos custos logísticos nacionais foi o custo de estoque, que, em 2015, foi de 3,9% do PIB (contra 3,7% de 2014), influenciado pelo crescimento nas taxas de juros no período e pela retração no consumo.
Ainda que o percentual gasto com transportes tenha se mantido o mesmo entre 2014 e 2015 (6,8% do PIB), a atividade também vem sendo bastante afetada pela crise. Analisando o consumo de diesel e o fluxo de veículos pesados nas rodovias percebe-se uma queda forte na demanda por transporte rodoviário de carga, principalmente em regiões como o Norte e o Nordeste.
No próprio caderno do Valor, o nosso sócio-diretor, Maurício Lima, explica que, há uma relação entre o PIB e a demanda por transporte rodoviário. Quando o PIB brasileiro cai, a movimentação por caminhão cai em proporção maior, e quando sobe o PIB, a movimentação dispara. Ou seja, o rodoviário atua como uma espécie de buffer de transporte no Brasil. Devido à carência de investimentos nos outros modais, são os caminhões quem dão conta do movimento extra de carga quando a economia está crescendo. Assim, naturalmente, quando a economia se contrai, é o modal rodoviário quem mais sente a crise.
Com uma previsão de PIB caindo 3,3% em 2016, o cenário para os transportadores rodoviários no Brasil não é dos melhores para o restante do ano. Resta torcer para que os novos ares que andam soprando na economia brasileira alterem essa tendência. Enquanto isso, o momento parece mais propício para as empresas que estão negociando preços de frete mais em conta.
Não deixe de conferir a matéria na íntegra nesse link! (restrito para assinantes do jornal)