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A logística das urnas eletrônicas


As eleições são muito esperadas e importantes para decidir os rumos do futuro do país e, para que elas ocorram, é necessário garantir que o principal instrumento do voto, as urnas eletrônicas, estejam presentes em todos os locais de votação para 156,5 milhões de eleitores. É complexa a logística que permite o transporte de todos os equipamentos para as quase 497 mil seções eleitorais, distribuídas entre 94 mil locais de votação, 2,6 mil zonas, em 5.570 municípios no Brasil e 181 locais de votação no exterior.

As aquisições de novas urnas, cabines de votação e demais insumos são encargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que no ano anterior à eleição consulta cada regional sobre a demanda de novos equipamentos. Além da compra, o TSE é o responsável pelo controle do suprimento, do remanejamento e da substituição de máquinas em todo o país, de forma centralizada, para garantir a sistematização e confiabilidade no processo.

As urnas são transportadas diretamente aos tribunais regionais após sua fabricação. Cada Tribunal Regional administra seu estoque de suprimentos e gerencia a distribuição das urnas e cabines para as zonas eleitorais em cada estado, de acordo com suas necessidades. O Brasil conta com mais de 1.100 locais de armazenamento de urnas.

Segundo Rafael Azevedo, coordenador de Tecnologia Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral, algumas Unidades Federativas escolhem um ponto central de armazenagem das urnas. Por outro lado, há UFs que trabalham no modelo descentralizado, em que as máquinas são armazenadas ou em depósitos chamados de polos, ou nos próprios cartórios eleitorais.

Além da necessidade de substituição de urnas no final de 10 a 12 anos de ciclo de vida, a Justiça Eleitoral também precisa atender o crescimento do eleitorado, que é de aproximadamente 5% a cada eleição, em um período de dois anos. A Justiça Eleitoral possui cerca de 577 mil urnas eletrônicas para as eleições de 2022, armazenadas nos tribunais regionais eleitorais e no TSE, em ambientes climatizados e sobre paletes de madeira.

Já a chamada reserva-técnica, que conta com cerca de 15 mil urnas, é mantida no edifício-sede do TSE, em Brasília, em um armazém com 2.580 metros quadrados e com possibilidade de triplicar a capacidade, que também possui ambiente climatizado para preservar os aparelhos, e com docas que são capazes de receber carretas e veículos maiores, de modo a facilitar o transporte dos equipamentos em maiores quantidades.

Ademais, para assegurar que os equipamentos cumpram com seu ciclo de vida completo, são necessários cuidados no armazenamento e no transporte, a fim de que seu funcionamento não seja afetado por choques, quedas ou outras condições externas. Para tal foram criadas embalagens de papelão e espuma para revestimento e acolchoamento da caixa em que ficam acomodados os dispositivos. Foram considerados também fatores de temperatura e umidade de diversas regiões do país, tempo de armazenamento, forma de empilhamento, tipo de transporte e manuseio.

A distribuição das urnas eletrônicas pelos locais de votação pode diferir conforme conveniências e características únicas de cada Tribunal Regional Eleitoral (TER) e de cada zona eleitoral. Alguns tribunais fazem o transporte dos aparelhos em rotas de distribuição, outros delegam a tarefa aos próprios presidentes da seção, ou à veículos das prefeituras. Em locais mais distantes e de difícil acesso, o transporte destes instrumentos de voto pode ser feito com auxílio das forças armadas por meio de helicópteros, aviões e barcos.

Toda a segurança ao longo da cadeia logística das urnas é muito importante e torna a operação mais onerosa. As urnas eletrônicas ficam bloqueadas para uso até que recebam os certificados digitais da Justiça Eleitoral no TSE, TRE ou no Cartório Eleitoral. Após desbloqueio e preparação, as urnas recebem uma etiqueta com a cidade de destino e são levadas aos cartórios eleitorais algumas semanas antes das eleições e às vésperas da eleição, as urnas são transportadas para os locais de votação. Após a votação, são devolvidas aos cartórios pela mesma empresa que realizou o transporte previamente, sem as mídias contendo os resultados. Estas são encaminhadas para os locais destinados a contagem dos votos, assim que se encerram os trabalhos das seções.

As atividades que ocorrem durante todo o processo eleitoral, principalmente associadas às urnas eletrônicas e cabines de votação, envolvem as principais atividades logísticas: compra de suprimentos, estocagem, armazenagem e transporte. A necessidade de que esse processo ocorra de forma efetiva, com segurança, velocidade e; se preciso, que as reposições sejam feitas da maneira mais veloz possível, indicam que a cadeia logística da distribuição de urnas eletrônicas nas eleições é robusta, única e complexa, demandando estratégia e planejamento adequados.

 

Referências:

– Folha de Pernambuco (23/12/2021) – Urna eletrônica: saiba como são feitos o armazenamento e o descarte

– TRE-RJ (07/07/2022) – TRE-RJ tem o apoio da PRF e da PMERJ para fazer o transporte de urnas

– TRE-RS (11/11/2020) – Transporte das urnas eletrônicas será realizado nesta sexta-feira e sábado

– TSE (23/12/2021) – Urna eletrônica: saiba como são feitos o armazenamento e o descarte

– TSE – Logística eleitoral

– TSE – Depósito de urnas

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