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A importância da gestão de estoques


Já imaginou se, ao chegar em um bar, você pedisse uma cerveja ao garçom e ele te informasse que seria necessário esperar alguns meses, já que este é o tempo total necessário para obter todos os seus ingredientes e produzi-la? Suponho que você acreditaria que ele está louco e iria embora frustrado do bar. O garçom não estaria errado em sua resposta, mas hoje em dia nenhum cliente aceita esperar este tempo todo para ter acesso a esse tipo de produto. Para que cenas como essa não ocorram e o cliente saia satisfeito do estabelecimento, a manutenção de um estoque é fundamental.

Se fosse possível atender à demanda dos clientes de forma imediata, ou seja, no momento e quantidade exatas em que o cliente deseja, não haveria a necessidade, a priori, da existência de estoques. De forma bem objetiva, o descompasso entre a demanda dos clientes e a capacidade de atendê-la é um dos principais motivos que levam as empresas a formarem estoques.

A manutenção de estoques traz diversas vantagens para as empresas, das quais destacam-se:

  • Aumentar a disponibilidade de produtos e serviços: a formação de um estoque de produto acabado garante a compra imediata de um produto pelo cliente, principalmente em momentos de pico da demanda em que a empresa não tem capacidade produtiva. Além disso, manter estoques de matérias-primas e peças sobressalentes impedem a parada de uma linha de produção por falta de insumos ou quebra de uma máquina, por exemplo.
  • Maximizar o uso dos ativos de transporte: a formação de estoques permite a consolidando de cargas e melhor ocupação dos veículos, reduzindo o número de viagens e, consequentemente, o custo de transporte
  • Adquirir produtos a preços menores: é comum formar-se estoques para adquirir produtos com descontos unitários em caso de compras em maiores quantidades ou se antecipar a uma alta já prevista nos preços
  • Proteger-se de eventos que causam desabastecimento: greves, desastres naturais e atrasos no recebimento, apesar de difícil previsão, são ocorrências comuns de acontecer. Em casos como esse, a falta de estoque impede o atendimento ao cliente. Em um post anterior, eu trouxe um exemplo de um outro tipo de situação que impacta no abastecimento: trata-se do Festival da Primavera, evento que marca a mudança do ano na China e demanda a formação de um estoque prévio por empresas que trabalham com fornecedores chineses

Imagem 1: Tipos de estoques
Fonte: ILOS

 

Mas, se o estoque é tão importante, por que as empresas sempre buscam minimizá-lo? O estoque pode ter um alto custo para a empresa e, dentre as suas principais desvantagens, podemos citar:

  • Capital imobilizado que poderia estar sendo utilizado em algo mais rentável: em geral, para se formar o estoque é necessário antecipar um investimento monetário que só será remunerado no futuro, quando o produto for vendido, ou que talvez nem traga retorno, caso o item encalhe no armazém. Nesses casos, o capital poderia ser utilizado em algo mais vantajoso para a organização, como aplicações financeiras, a compra de equipamentos mais produtivos ou a melhoria da frota de transporte
  • Custos maiores com armazenagem: para guardar um estoque é necessário um local adequado, como um centro de distribuição, e uma equipe para fazer o manuseio deste material. Tudo isto gera despesas e, quanto maior for o estoque, maiores elas serão
  • Perdas em função de obsolescência e perecibilidade: carregar estoques pode significar perdas de dinheiro para a empresa quando esta erra a sua previsão de vendas e o produto tem prazo de validade curto, como é o caso da indústria de alimentos, ou tendência a se tornar rapidamente obsoleto, fato este que é muito comum em indústrias de tecnologia na qual novos produtos são lançados rápida e constantemente
  • Mascarar problemas: o estoque traz uma segurança que muitas vezes pode esconder problemas que estão ocorrendo na operação (em geral, associados à qualidade), fazendo com que o gestor demore a percebê-los e corrigi-los

Considerando essas vantagens e desvantagens, é missão dos gestores administrar os níveis de estoque de maneira cuidadosa e economicamente sensata. O objetivo da gestão de estoques deve ser garantir o nível de serviço que a organização deseja oferecer sem que para isso tenha custos excessivos associados à manutenção dos estoques. Em determinadas situações, é aconselhável até mesmo não formar estoque e produzir contra pedidos, e isso também deve ser sempre avaliado pelos gestores.

Em um momento em que a taxa Selic está em 13,75%, a gestão dos estoques se torna ainda mais importante. Conforme discutido anteriormente pelo Gabriel Cruz, altas taxas de juros tem um grande impacto no caixa das empresas, pois incrementam consideravelmente os custos de oportunidade de ativos, sobretudo os custos relacionados à manutenção de estoques. Assim, é necessário um esforço ainda maior dos gestores para minimizar a cobertura de produtos.

Para saber mais, a importância do estoque, bem como a forma correta de dimensioná-lo e os indicadores ideais para acompanhamento da sua saúde são vistos em detalhes no Curso Online ao Vivo de Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimentos.

Mais de 11 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Em consultoria, realizou projetos como Plano Transformacional de Logística, Diagnóstico das operações logísticas, Estratégia e Calendarização da Operação de Transporte, Mensuração do Custo de Servir, Estudo de Mercado, Mapeamento de Oportunidades de Redução de Inventário, Revisão do Processo de S&OP, Plano de Capacitação e Implementação de Processos Comerciais em empresas como Nestlé, Raia Drogasil, Ipiranga, Lojas Americanas, B2W, Coca-Cola, Andina, Embraco, Martins Atacado, Loja do Mecânico, Santo Antônio Energia, Ecoporto e Silimed. Atualmente é uma das professores do Curso de Gestão de Estoques ministrado semestralmente pelo ILOS. Atuou no desenvolvimento e gerenciamento dos Cursos Online de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos, Planejamento da Demanda, Gestão de Estoques e Gestão Industrial. Ainda na área de capacitação, foi responsável por aplicar os jogos empresariais do ILOS em empresas como Raia Drogasil, Fibria, NEC, Novartis e Moove.

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