Cotidianamente somos apresentados a pequenas empresas com modelos de negócios inovadores, capazes de chacoalhar mercados tradicionais dominados por grandes companhias. Neste mesmo blog, inclusive, escrevi sobre empresas como a Starship, a Shyp e a What3Words, algumas das muitas startups que surgiram para mexer com a forma como é feita logística. Mas por que será que tantas startups tem surgido nesse segmento?
Primeiramente, cabe definirmos o que é uma startup, pois o conceito nem sempre é claro para todos que utilizam o termo. Segundo Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora, uma startup pode ser entendida como um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. Esse tipo de empresa tem como característica os baixos custos de manutenção ao mesmo tempo que possui a capacidade de crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Em geral, as startups são mais frequentes na Internet em razão dos custos menores de se criar uma empresa de software e pela facilidade que a web traz de expansão do negócio e venda em escala potencialmente ilimitada.
Atualmente, mais de 350 startups relacionadas à gestão da cadeia de suprimentos estão listadas no AngelList, uma página na internet criada com objetivo de estreitar a comunicação entre investidores e empreendedores. Esse número expressivo pode ser explicado pelas inúmeras oportunidades de melhoria existentes no mercado de logística e supply chain management: trata-se de um setor que é cada vez mais pressionado, seja para reduzir custos em razão da redução das margens, ou para ser mais veloz, atendendo as necessidades cada vez mais urgentes dos clientes.
Para reduzir as grandes ineficiências características do setor, muitas empresas vêm apostando na tecnologia. E uma fórmula em especial tem se repetido: pequenas empresas desenvolvem soluções inovadoras, ganham escala rapidamente, e, em seguida, são adquiridas por companhias muito maiores. Não à toa, a indústria de logística e transporte viu um aumento de 100% no financiamento no ano passado: de US $ 7B em 2014 para US $ 14B em 2015.
Avaliado recentemente em cerca de 68 bilhões de dólares, o Uber se tornou a maior startup privada de todos os tempos e possivelmente o maior caso de sucesso de empresas do gênero no setor de logística. Tentando alcançar o mesmo sucesso, inúmeras startups foram criadas para lidar com eficiências relacionadas à gestão de fretes de transporte, desenvolvimento de containers, entregas de ponta-a-ponta, gestão da frota e contratação de armazenagem, entre outros. Desenvolvimento de aplicativos, análise de grandes massas de dados (Big data) e automação tem sido o caminho escolhido pela maior parte das startups para isso.
Figura 1 – Exemplos de startups de logística
Fonte: medium.com
O XXII Fórum Internacional de Supply Chain que ocorrerá entre os dias 4 e 6 de outubro, terá como uma de suas verticais o tema Startups: Empreendedorimo e Inovação em Logística & Supply Chain, cujo objetivo é discutir as melhores práticas e os aspectos mais relevantes para introduzir novos modelos de negócios. Entre as diversas sessões, será possível assistir a debates com especialistas, fundadores e gestores de algumas das mais bem-sucedidas startups de logística atuantes no Brasil, como Truckpad, Visilog, eStoks, Seen Technology e Intelipost. Para os interessados no assunto, uma oportunidade e tanto!
Referências
<http://www.supplychaindive.com/news/logistics-startups-acquisitions-technology-apps/425439/>
<http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-uma-startup>
<https://www.statista.com/statistics/407888/ranking-of-highest-valued-startup-companies-worldwide/>
<https://jonathanwichmann.com/my-lists/list-the-most-promising-start-ups-in-logistics/>