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A estratégia do Supply Chain no modelo Fast Fashion


Goste você do tema “Moda” ou não, é inegável que essa indústria revolucionou o Supply Chain. Antes, com um modelo tradicional de apenas quatro coleções anuais acompanhando as estações, grandes marcas de luxo dominavam o mercado e apenas alguns consumidores mais abastados possuíam acesso a peças com tendência de moda, pagando um alto valor por isso e após um longo período dos lançamentos nas passarelas. Com a expansão do Fast Fashion, o modelo de negócio de muitas empresas passou a ser acompanhado de diversas coleções ao longo do ano, copiando as tendências de moda das marcas de luxo, com peças a preços mais acessíveis apenas semanas após os lançamentos, permitindo então uma democratização da moda.

Para que as tendências desfiladas nas passarelas cheguem até o cliente em um período curto é necessário comprimir o ciclo produtivo das peças. Isso acarreta em encurtar a cadeia de suprimento, garantir o controle direto sobre a produção e a logística, bem como sobre o fornecimento de matérias-primas, encontrando assim uma integração de tipo vertical.

Todo esse avanço no Supply Chain do Fast Fashion foi impulsionado pelas diversas iniciativas aplicadas nesse setor, muitas delas bem tecnológicas. Um exemplo disso é o grande investimento em forecast para prever cores e modelos que os consumidores irão preferir nas próximas estações. Há também a utilização do método teste e repita, isso é, são produzidos pequenos lotes e verifica-se a resposta do mercado.  Para manter os preços baixos, muitas empresas de Fast Fashion terceirizam sua produção para países onde o custo de fabricação é baixo e depois transportam suas roupas para onde serão vendidas. Há indícios também de aplicação de inteligência artificial neste setor: softwares pesquisam em sites de grandes grifes e redes sociais e capturam tendências da moda para serem reproduzidas nas peças.

No Brasil, é possível identificar que houve um grande crescimento do setor de moda, principalmente no pós-pandemia. Com a explosão do e-commerce, a principal varejista de moda, por exemplo, quadriplicou seu quadro de funcionários. No entanto, o Fast Fashion ainda é um modelo de negócio em desenvolvimento. Muitas marcas populares com características bem similares às estrangeiras que seguem esse modelo de negócio não se consideram enquadradas nessa categoria. Elas garantem ser rápidas em suas produções, sem necessariamente serem descartáveis, investindo em matérias-primas de melhor qualidade.

Para alcançar melhores resultados, o setor de moda está sempre em busca de inovações em relação ao Supply Chain. Na parte de armazenagem, os operadores logísticos estão investindo na renovação de ativos diretamente ligados às operações, visando automação dos processos quando possível. Soluções como esteiras, leitores óticos, medidores de cubagem digitais/laser, RFID. Contudo é sempre importante analisar o contexto da empresa, pois para implementar tecnologia na operação é necessário que o investimento tenha um bom retorno. Já no transporte, há maior utilização de frotas mais compactas e, consequentemente, mais ágeis para entregas fracionadas door to door, visto que o prazo de entrega é um diferencial para a escolha do consumidor na hora da compra.

Tem se falado muito em colaboração e compartilhamento: empresas compartilham desde Centros de Distribuição até rotas e carretas, buscando otimizar custos e ser mais sustentável. Também é uma tendência forte que as empresas invistam em rastreamento, pois hoje é um diferencial para o consumidor final acompanhar passo a passo a informação do seu produto. É também importante ter processos que permitam a omnicanalidade, ou seja, que haja integração inteligente entre as operações logísticas no ambiente online e offline, conciliando a disponibilidade de produtos espalhados pelo território com as diferentes demandas de frequência de abastecimento nas lojas físicas e nos canais virtuais.

Embora o modelo Fast Fashion tenha trazido diversos avanços para o Supply Chain, ele trouxe diversos debates à tona. Essa indústria enfrenta duras críticas em relação a sustentabilidade por incentivar o consumismo desenfreado, utilizar matérias primas não biodegradáveis e não ser transparente quanto à origem de sua mão de obra. Mesmo com todo esse lado negativo, é evidente que essa indústria vem desenvolvendo cada vez mais seus processos e servem de espelho para diversos outros setores.

 

Referências:

In The Supply Chain (10/03/2020) – The Fast Fashion Supply Chain – A Strategy of Spped 

Exportamos (28/10/2019) – Fashion Supply Chain: o modelo fast-fashion na moda

Veja (23/07/2021) – Fast fashion: a moda rápida e descartável, agora em versão on-line

MHLog (04/04/2022) – Os desafios da logística de uma e-commerce de roupas

Logweb (05/03/2021) – Logística do setor têxtil e de vestuário traduz mudança de comportamento do consumo

Projeto Draft (03/08/2022) – Roupas mais sustentáveis, IoT, 3D, metaverso, tecnologia logística…: as inovações da Lojas Renner para encantar clientes (e acionistas)

InfoMoney (08/03/2022) – Shein no Brasil: expansão de companhia chinesa deixa analistas mais cautelosos com varejistas de moda

TradeMap (15/06/2022) – Varejo de moda: o desafio do mercado brasileiro de R$ 115 bilhões

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