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Tecnologia no transporte rodoviário de cargas

Além de ter grande impacto no meio ambiente, o transporte é a atividade logística mais onerosa para as organizações, correspondendo a cerca de 54% dos custos logísticos das empresas brasileiras, segundo estudo divulgado pelo ILOS em 2016. Para elevar a produtividade dos caminhões, reduzir custos e diminuir o impacto social e ambiental do transporte rodoviário, diversas tecnologias estão sendo desenvolvidas e a cada dia vemos na mídia novos marcos acontecendo.

Há pouco menos de 2 meses ocorreu a primeira entrega de produtos por um caminhão autônomo. O fato ocorreu nos Estados Unidos, quando um caminhão da Otto, startup fundada com o objetivo de desenvolver esse tipo de veículo e que foi comprada pela Uber no meio do ano, viajou cerca de 200 km no estado do Colorado transportando 50.000 latas de cerveja Budweiser.

Neste blog, já comentamos sobre o desenvolvimento de navios autônomos e o uso de caminhões autônomos por mineradoras, ilustrando algumas das inúmeras iniciativas que estão sendo desenvolvidas. O uso de automóveis sem motoristas é uma das principais tendências logísticas para os próximos anos. O objetivo é aumentar a produtividade do transporte, uma vez que os caminhões poderiam rodar 24 horas por dia e 7 dias por semana, não sendo necessárias paradas para descanso do motorista e nem gasto com horas extras. A redução do número de acidentes nas estradas também é uma meta buscada com a utilização desse tipo de caminhões.

Além dos veículos autônomos, caminhões movidos por energia elétrica são outra tecnologia em voga no momento, estimulados pela pressão social de redução da poluição causada pela queima de combustíveis fosseis. Já existem casos de veículos equipados com esta tecnologia transitando pelas estradas, mas isto ainda está longe de ser comum. O principal empecilho para a adoção em massa desta tecnologia é o alto custo, o elevado tempo de recarga e a durabilidade e baixa autonomia das baterias.

Nesta semana, no entanto, uma notícia interessante foi veiculada pelo jornal americano Wall Street Journal. Também no estado do Colorado, autoridades sinalizaram a construção de uma estrada pública capaz de recarregar caminhões elétricos durante o período de direção. Bobinas enterradas debaixo da terra enviariam energia para boninas receptoras instaladas nos caminhões, o que permitiria que viagens mais longas fossem feitas por esse tipo de veículo. No momento, o Departamento de Transporte de Colorado procura o local ideal para desenvolver o projeto piloto até o final de 2017 e iniciar os testes no final de 2018.

Se nos Estados Unidos projetos neste sentido ainda estão no papel, na Europa testes já estão sendo feitos desde junho, quando a primeira estrada elétrica do mundo foi inaugurada na Suécia. Impulsionado pela meta do país de tornar toda a sua frota de transporte livre de combustíveis fósseis até 2030, o projeto, conhecido como eHighway, foi desenvolvido pela Siemens e inaugurado em um trajeto de dois quilômetros da autoestrada E16, ao norte de Estocolmo. Um mecanismo chamado “pantógrafo inteligente”, instalado no topo da boleia de caminhões híbridos, é acionado automaticamente quando o veículo entra no trecho da via, se conectando às linhas de eletricidade instaladas sobre a pista. Quando o caminhão precisa trocar de pista para ultrapassar outro veículo, entretanto, ele pode se desconectar da rede e voltar a utilizar o diesel. Durante dois anos o trecho de rodovia elétrica servirá como plataforma de testes em busca de aprimoramentos e melhorias da tecnologia.

Vídeo 1 – Siemens eHighway

Fonte: FuturePorts

 

Iniciativas como essas apontam para uma atividade de transporte mais eficiente e sustentável no futuro. Para que isso se torne uma realidade, entretanto, ainda são necessários mais estudos e motivação por parte dos países. Enquanto os veículos autônomos ainda precisaram vencer a polêmica do consequente aumento do desemprego entre os caminhoneiros, caminhões elétricos ainda enfrentam a barreira do alto custo de aquisição.

 

Referências

<https://www.wired.com/2016/10/ubers-self-driving-truck-makes-first-delivery-50000-beers/>

<http://www.wsj.com/articles/electric-trucking-charges-up-1481212800>

<http://exame.abril.com.br/tecnologia/caminhao-autonomo-da-uber-faz-1a-entrega-45-mil-latas-de-cerveja/>

<http://www.bbc.com/portuguese/geral-36660436>

<http://inergiae.com.br/site/vantagens-e-desvantagens-do-veiculo-eletrico/>

 

Mais de 11 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Em consultoria, realizou projetos como Plano Transformacional de Logística, Diagnóstico das operações logísticas, Estratégia e Calendarização da Operação de Transporte, Mensuração do Custo de Servir, Estudo de Mercado, Mapeamento de Oportunidades de Redução de Inventário, Revisão do Processo de S&OP, Plano de Capacitação e Implementação de Processos Comerciais em empresas como Nestlé, Raia Drogasil, Ipiranga, Lojas Americanas, B2W, Coca-Cola, Andina, Embraco, Martins Atacado, Loja do Mecânico, Santo Antônio Energia, Ecoporto e Silimed. Atualmente é uma das professores do Curso de Gestão de Estoques ministrado semestralmente pelo ILOS. Atuou no desenvolvimento e gerenciamento dos Cursos Online de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos, Planejamento da Demanda, Gestão de Estoques e Gestão Industrial. Ainda na área de capacitação, foi responsável por aplicar os jogos empresariais do ILOS em empresas como Raia Drogasil, Fibria, NEC, Novartis e Moove.

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