Existem diversos modelos de referência em Supply Chain Management, que pretendem orientar as empresas quanto as melhores práticas na área e como implementá-las. Alguns modelos aparecem de forma recorrente em pesquisas e publicações sobre o tema, merecendo atenção especial o modelo SCOR, o mais citado em artigos, teses e cases da área.
O Supply Chain Operations Reference (SCOR) foi desenvolvido em 1996 pelo Supply Chain Council (SCC) e a AMR Research, atual Gartner, tornando-se uma referência por seu pioneirismo. Segundo o Supply Chain Council em seu website (http://www.apics.org/sites/apics-supply-chain-council/frameworks), o modelo SCOR oferece uma estrutura unificada que relaciona os processos de negócios, métricas, melhores práticas e recursos de tecnologia para apoiar a comunicação e integração entre os parceiros comerciais e para melhorar a eficácia da gestão da cadeia de suprimentos.
O modelo SCOR pode ser usado para identificar, medir, reorganizar e melhorar os processos da cadeia de suprimentos através de uma abordagem cíclica com a identificação da estrutura e players da cadeia de suprimentos, mensuração de desempenho, redefinição de processos com base nas melhores práticas e comparação de metas. Utiliza, para estes fins, conceitos bem conhecidos, como a reengenharia de processos, benchmarking e medição de indicadores de desempenho em uma estrutura que reúne várias áreas funcionais.
Quando originalmente desenvolvido em 1996, o modelo SCOR considerava quatro processos fundamentais na cadeia de suprimentos: planejar, comprar, produzir e entregar. Mais tarde, em 2001, quando operações de logística reversa começaram a ser discutidas e tornaram-se relevantes em algumas cadeias de suprimentos, um quinto processo – retorno – foi adicionado para ampliar a abrangência do modelo. Cada um destes processos é desenvolvido em quatro níveis de detalhamento, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Níveis de detalhamento do SCOR model
Nível 1 | Processos | Conjunto de atividades sequenciais e relacionadas, que adicionam valor aos insumos dos fornecedores para atender as necessidades dos clientes | Métricas primárias e medidas de desempenho em relação à concorrência são definidas para cada um dos 5 processos do SCOR |
Nível 2 | Subprocessos | Partes do processo que se relacionam de forma lógica para realizar um objetivo específico | Configura as operações das organizações com base nos processos do SCOR, buscando ineficiências e avaliando o impacto de uma potencial melhoria |
Nível 3 | Tarefas | Ações que ocorrem dentro de um subprocesso, realizadas por uma pessoa ou departamento para produzir um resultado particular | Define os elementos dos subprocessos e estabelece indicadores de desempenho, investigando as melhores práticas e desenvolvendo sistemas de apoio |
Nível 4 | Atividades | Trabalho ou incumbência com o uso de um recurso específico | Reconhecendo a especificidade de cada negócio, as atividades neste nível não são definidas com base em um modelo padrão e buscam o aperfeiçoamento das ações |
A Figura 1 exemplifica o detalhamento do modelo SCOR.
Figura 1 – Modelo SCOR
Fonte: adaptado de NASLUND e WILLIAMSON, 2010
A integração das funções de compras, produção e distribuição, proposta pelo modelo SCOR, cria uma cadeia contínua de atividades para todas as operações internas da empresa e, potencialmente, ao longo de toda a cadeia de suprimentos interorganizacional. No entanto, como qualquer outro modelo de referência, é preciso compreender suas limitações e a necessidade de adaptação de sua estrutura para as situações específicas. Assim, apesar de não ser uma panaceia, o SCOR pode oferecer insights e caminhos para a organização dos processos de SCM.
Referências
NÄSLUND, D.; WILLIAMSON, S. What is Management in Supply Chain Management ? – A Critical Review of Definitions, Frameworks and Terminology. Journal of Management Policy and Practice, v. 11, n. 4, p. 11–28, 2010.