Com o post sobre a possibilidade de redução dos custos de transportes com o uso de cabotagem para longas distâncias, recebemos alguns questionamentos se o mesmo não ocorreria com o transporte ferroviário. Evidentemente que sim! Inclusive, considerando o período de 2003 a 2013, o crescimento médio do volume movimentado por ferrovias no Brasil foi de 5% ao ano, superior ao crescimento do PIB brasileiro, o que indica o enorme potencial para crescimento deste modal.
Como grande produtor de insumos básicos e com dimensões continentais, o transporte ferroviário deveria ter uma participação muito maior na matriz de transportes brasileira. Apesar de existirem outros problemas, a verdade é que o principal entrave para o crescimento da participação das ferrovias no volume total de carga movimentada no país é a indisponibilidade de malha.
A Figura 1 compara a extensão e densidade de malha das ferrovias brasileiras com outros países do BRIC e com os EUA, ilustrando com clareza nossas limitações.
Figura 1 – Comparativo entre as malhas ferroviárias de diversos países
Fonte: Panorama ILOS – Operadores Logísticos e Ferrovias 2015
Pesquisa do ILOS, realizada em 2015, sobre o desempenho de Operadores Logísticos e Ferrovias no Brasil, não deixa dúvidas ao indicar que as sete principais causas apontadas pelos executivos para não utilizar as ferrovias estão direta, ou indiretamente, relacionadas com a carência de infraestrutura, como ilustra a Figura 2.
Figura 2 – Motivos para NÃO utilização de ferrovias
Fonte: Panorama ILOS – Operadores Logísticos e Ferrovias 2015
Assim, é evidente que para competirmos internacionalmente, precisamos movimentar os produtos pelo modal mais adequado, considerando o tipo de carga e a distância. Infelizmente, parece que a situação não irá mudar nos próximos anos, como indica a interessante reportagem publicada hoje pelo Jornal O Globo sobre o impacto da crise nas obras de ferrovias.
Referência
<https://ilos.com.br/web/analise-de-mercado/relatorios-de-pesquisa/operadores-logisticos-e-ferrovias/>