Ontem, eu comentei aqui o baixo uso da cabotagem no Brasil e os problemas com a forte presença do modal rodoviário, principalmente no transporte de longa distância. Pois hoje, o jornal Valor Econômico traz uma nova esperança a quem acompanha o tema. Apesar da queda na produção nacional, empresas de cabotagem vêm registrando crescimento no aumento do volume de cargas movimentadas. Para este ano, a Aliança acredita em um aumento de 5% na cabotagem, enquanto a Log-In festeja um crescimento de quase 13% de janeiro a setembro.
Naturalmente, em períodos de crise, as empresas buscam reduzir custos para tentar garantir os seus resultados, e os custos logísticos têm sido um dos principais alvos dos executivos pela sua forte participação na receita líquida das companhias (cerca de 8%). Olhando mais de perto, os executivos tendem a concentrar seus esforços na atividade de transportes, responsável por mais da metade dos custos logísticos das empresas brasileiras.
E é aí que modais como a cabotagem e o ferroviário se destacam, pois, seus custos chegam a ser seis vezes inferiores ao do modal rodoviário, principalmente em longos trajetos (em média, acima de 500 km na ferrovia e 1.800 km na cabotagem). Entretanto, como foi falado no post anterior, a precariedade da infraestrutura de transportes no Brasil, a carência na conexão entre os modais e o excesso de burocracia no País ainda emperram o avanço dessas alternativas, apesar do crescente interesse dos embarcadores de carga.
Para finalizar, vou deixar um número interessante: recentemente, ouvimos executivos das maiores empresas do Brasil e 6 entre 10 disseram que pretendiam aumentar o volume de carga movimentada por cabotagem até 2016, com um aumento médio de 45% nesse volume. A cabotagem tem potencial para crescer no Brasil, não?
Referências:
Panorama ILOS “Portos Brasileiros – Avaliação dos Usuários e Análise de Desempenho – 2015”
Jornal Valor Econômico – 15/12/2015