O mês de junho de 2017 marcou o fim do e-Sedex, serviço dos Correios criado especificamente para realizar entregas de produtos vendidos no e-commerce nos principais centros urbanos do país. A reportagem da Carol Oliveira, da Revista Exame, apresentou algumas das consequências desta decisão (http://exame.abril.com.br/negocios/o-fim-do-e-sedex/).
Os Correios informam que outras modalidades ainda atendem o comércio eletrônico e os pacotes em geral: o PAC (que é mais demorado) e o Sedex (mais caro). Mas num momento em que as vendas pela internet se apresentam em elevada expansão, é de se estranhar um movimento contrário dos Correios, reduzindo a oferta de serviços.
Entretanto, o receio de que o comércio eletrônico seja reduzido por conta da extinção do e-Sedex não deve se tornar realidade no longo prazo. É mais provável que o preço do frete aumente no curto prazo, e que os pequenos varejistas e as cidades menos populosas sofram mais neste momento. Mas essa situação não é definitiva. Isto porque a evolução do comércio eletrônico e de todos os serviços logísticos vinculados a esse tipo de venda é muito maior do que a extinção de uma modalidade de serviço de entrega.
Uma coisa é certa: para os operadores logísticos que se especializaram em atender o segmento de comércio eletrônico, qualquer recuo dos Correios é uma grande oportunidade de aumento de mercado.
E além dos operadores e transportadores tradicionais, startups não param de surgir, trazendo soluções inclusive de comparação de preços de frete para o e-commerce, o que torna o aumento de preços mais difícil e pouco sustentável no longo prazo. Exemplos de empresas que prestam serviços de comparação de preços de entrega no Brasil são a Intelipost e a Axado, assim como a Freightquote e a FreightCenter no exterior. Empresas como essas vêm recebendo aporte de investidores, ou sendo compradas por valores elevados por outras companhias já consolidadas no comércio eletrônico. Isto vem permitindo o aumento do portfólio de soluções e tecnologia para o e-commerce, tornando este mercado cada vez mais evoluído e competitivo.
O fim do e-Sedex desestabiliza um pouco sim, especialmente as pequenas empresas e pequenos centros urbanos brasileiros, mas o movimento de aumento das vendas virtuais é muito mais robusto e deve se manter em tendência de crescimento no Brasil e no mundo.
Referências:
http://exame.abril.com.br/negocios/o-fim-do-e-sedex/
http://exame.abril.com.br/pme/com-r-30-mil-jovens-criam-site-que-compara-precos-de-frete/