Finalizando a série de posts sobre modelos de Supply Chain Management, falarei sobre o terceiro modelo de SCM mais recorrente na literatura, que foi desenvolvido por MENTZER et al. (2001) com o propósito de estabelecer um mecanismo consistente para conceituar a gestão da cadeia de suprimentos. MENTZER et al. (2001) definiram SCM como “a sistemática de coordenação estratégica das funções tradicionais de negócios e suas táticas, através de uma empresa particular e em todos os negócios dentro da cadeia de suprimentos, a fim de melhorar o desempenho de longo prazo das empresas individuais e da cadeia de suprimentos como um todo”.
Esta definição foi construída com base em uma extensa revisão da literatura sobre os traços que caracterizam a gestão da cadeia de suprimentos. NASLUND e WILLIAMSON (2010) afirmam que, de acordo com esta definição, SCM envolve uma orientação dos processos para coordenar as atividades entre várias empresas e várias áreas funcionais, levando ao desenvolvimento de um modelo de gestão da cadeia de suprimentos como apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Mentzer Model
Fonte: MENTZER et al., 2001
Nesse modelo a cadeia de suprimentos é apresentada como um duto, ilustrando os fluxos ao longo da cadeia, a coordenação interfuncional das áreas de negócios tradicionais e a coordenação interempresarial entre os parceiros da cadeia. Valor e satisfação do cliente são reconhecidos como fatores necessários para alcançar vantagem competitiva e lucratividade para as empresas individuais, bem como para a cadeia de suprimentos como um todo (MENTZER et al., 2001). NASLUND e WILLIAMSON (2010) apontam que, embora o modelo de Mentzer destaque a interação interfuncional e entre componentes da cadeia de suprimentos, os processos que precisam ser executados para implantação das práticas não são descritos ou aprofundados.
A diversidade de definições e modelos de SCM mostra que, apesar de não haver um consenso entre acadêmicos e executivos da área que permita chegar a uma definição única com um modelo derivado desta, a necessidade de integração e colaboração entre os membros da cadeia parece ser unanimidade. Também é prevalente nos diversos modelos de SCM a importância da orientação por processos multifuncionais, partindo da premissa que as organizações têm de gerir primeiramente os seus próprios processos para, em seguida, poder progredir para o gerenciamento dos processos no nível interorganizacional. Isto permite afastar-se de estruturas e metas funcionais para aumentar o foco no cliente e reduzir o risco de sub-otimização.
Referências
MENTZER, J. T.; KEEBLER, J. S.; NIX, N. W.; SMITH, C. D.; ZACHARIA, Z. G. Defining Supply Chain Management. Journal of Business Logistics, v. 22, n. 2, p. 1–25, 2001.
NÄSLUND, D.; WILLIAMSON, S. What is Management in Supply Chain Management ? – A Critical Review of Definitions, Frameworks and Terminology. Journal of Management Policy and Practice, v. 11, n. 4, p. 11–28, 2010.