Desde 2015, os portos do Arco Norte já figuravam como o segundo maior ponto de saída de grãos de soja e milho do Brasil para o exterior. Entretanto, quando a análise se expandia para todo o Complexo Soja, incluindo o farelo e o óleo de soja, a situação mudava, com os portos de Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS) superando os portos do Norte.
Nada mais natural, pois as indústrias processadoras de soja tendem a ficar próximas às regiões de produção da oleaginosa e de consumo de óleo e farelo de soja. Ou seja, mais próximo do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, onde estão boa parte das indústrias de ração, cosméticos, farmacêutica, veterinária, tintas, plásticos, lubrificantes e biocombustíveis, onde há o maior consumo de ração animal e no caminho também para os principais portos nacionais. Dessa forma, o estado do Mato Grosso é o maior processador de soja do País (21,1%), com Paraná e Rio Grande do Sul vindo logo em seguida, com 20,6% e 15,4%, respectivamente.
Entretanto, nos últimos anos, as exportações de soja em grãos e milho pelos portos do Arco Norte foram crescendo significativamente, a exceção de 2016, quando os volumes exportados pelo Brasil como um todo caíram por conta de quebra de safra. Em consequência, em 2017, os portos do Arco Norte escoaram 14,7 milhões de toneladas de grãos de soja, com Santos respondendo por 16,6 milhões de toneladas, Rio Grande com 12,5 milhões de toneladas e Paranaguá 11,3 milhões de toneladas.
Em paralelo, o milho passou a ser o diferencial tanto de Santos em relação aos portos do Arco Norte, quanto destes em relação a Paranaguá e Rio Grande. Em 2017, o porto paulista exportou 13,7 milhões de toneladas de milho, enquanto os portos do Arco Norte escoaram 8,6 milhões de toneladas, quase 5 milhões a mais do que Paranaguá, sendo que Rio Grande nunca foi um tradicional exportador de milho.
Assim, em 2017, os portos do Arco Norte passaram a escoar quase 30% do milho exportado pelo Brasil, enquanto Santos responde por pouco menos de 47% das exportações. Já Paranaguá saiu da participação de 24% registrada em 2012 para pouco mais de 12% em 2017, se tornando a terceira opção para exportação de milho no País.
Confira mais números sobre as exportações brasileiras do Complexo soja e milho em 2017 no infográfico abaixo: