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Comida mais saudável e mais perto do consumidor

Nos últimos anos tem aumentado o interesse dos consumidores por hábitos mais saudáveis e pela adoção de uma alimentação mais balanceada e natural. Isso abriu um espaço para os produtos orgânicos, tema que ganhou destaque recentemente com a aprovação da Anvisa do novo marco regulatório de agrotóxicos no Brasil, debates sobre os efeitos desses produtos na saúde e qualidade de vida das pessoas ganharam força.

Atualmente já é relativamente comum ver em mercados de grandes redes espaços nas gôndolas dedicados a essa categoria de produtos. Em 2018, o mercado brasileiro de produtos orgânicos atingiu a marca de R$ 4 bilhões de faturamento e em termos de extensão de terra dedicada a essa produção é 12º no mundo e 3º na América Latina¹.

Apesar desse crescimento, esses produtos ainda são de acesso relativamente difícil para a população de forma geral, seja pela dificuldade de distribuição seja por barreiras financeiras, pois em geral são produtos mais caros que seus pares os não-orgânicos. Cenário semelhante de demanda crescente e oferta deficitária é encontrado em países no mundo todo.

Foi para endereçar esse problema que empresas como o Thrive Market (EUA), Naaber (Estônia) e Organic Net (Europa), criaram um marketplace colaborativo para produtos orgânicos. Nela consumidores, produtores locais, transportadores, CDs e pequenos varejos formam uma rede para levar produtos orgânicos aos consumidores de forma mais eficiente e menos custosa.

 Interface Organic Net

 

Nessa plataforma, consumidores têm acesso a um cardápio de produtos orgânicos e negociam os preços diretamente com os produtores. Dessa forma, há a possibilidade de o produtor conseguir negociar margens melhores e consumidores terem acesso mais direto aos produtos locais. Isso endereça, do ponto de vista teórico, à questão do preço desses produtos, já que permitiria consumidores terem acesso aos mesmos produtos mais baratos.

O outro desafio é referente à disponibilidade e entrega. Esta também é uma possibilidade de ser negociada na própria plataforma. Essas empresas, em geral, oferecem duas opções ao consumidor final: entregas realizadas pelo próprio produtor ou por uma rede de transportadores que participam dessa plataforma.

Além do agente transportador variar de plataforma para plataforma, o destino de entrega também varia. Alguns adotam o modelo click and collect, com apoio de lojas e pequenos varejos cadastrados, enquanto outros oferecem a entrega direta à casa do cliente final.

No caso do agente transportador ser um prestador de serviço, este faz parte de uma rede de oferta de fretes com diversos pontos de origem e destino. Isso potencialmente permitiria a esses transportadores planejar e otimizar suas rotas, seja verificando demanda para locais de interesse, evitando, assim, custos de veículos rodando vazios, ou consolidação de carga através de entrega partilhada entre diferentes produtores. Além disso, há um benefício ambiental de ter veículos percorrendo distâncias menores para conectar produtores locais e consumidores. Essas empresas, em geral, têm seu modelo de remuneração baseado em um percentual das transações que ocorrem na plataforma e em anúncios e propaganda.

Apesar de o modelo colaborativo ainda ser um modelo de negócios relativamente recente, este tem crescido de forma significativa em números, em especial no setor de transportes de carga geral, no qual a oferta de motoristas é grande e elimina-se nessas plataformas a necessidade de um intermediário, como um agenciador de frete, por exemplo. Claro que há contrapontos neste cenário referentes à sustentabilidade desse modelo no longo prazo, principalmente com relação a incertezas trabalhistas e garantias de prestação de serviço, como mostrou o caso recente do entregador da Rappi que teve um AVC em serviço e a empresa não estava apta a responder a isso.

Fontes:

https://www.organicnet.co/en/

Folha de S. Paulo – https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/carrefour-quer-vender-5-bi-em-organicos-ate-2022-diz-presidente-no-brasil.shtml

5 anos de experiência em projetos de capacitação, consultoria e pesquisa de mercado em Supply Chain para empresas de diferentes setores como Coca-Cola, LASA, Silimed, O Boticário, Monsanto, entre outras. Atuou em projetos de planejamento de estoques, plano diretor logístico, transporte e gestão de indicadores. Também participou do desenvolvimento dos cursos online do ILOS de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos e Gestão Industrial, além de pesquisas no setor farmacêutico.

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