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Fill Rate: Importância e estratégias para melhorar o indicador


O indicador Fill Rate é uma métrica importante na logística de distribuição e possui alguns diferentes tipos de medição que podem gerar insights valiosos para aprimorar o gerenciamento das operações. Em sua essência, o indicador está atrelado à disponibilidade e ao atendimento do nível de serviço. Quando o nível de serviço não é cumprido, surgem diversos problemas, como a perda imediata da venda, perdas de market share – que afetará vendas futuras -, além de ocasionar possíveis danos à imagem da empresa.

Existem algumas formas de medir o Fill Rate, a primeira delas é através do Order Fill Rate, um indicador binário calculado a partir do atendimento do pedido (recebe o valor 1) ou não atendimento do pedido (recebe o valor 0). A partir desse indicador, conseguimos medir a porcentagem de pedidos atendidos em relação ao total de pedidos recebidos. Por sua vez o Line Fill Rate avalia de maneira específica o atendimento de cada SKU (stock keeping unit) em cada linha de pedido. Por fim, também é possível calcular o atendimento do volume utilizando o indicador chamado Case Fill Rate, que é uma medida não-binária calculada pela divisão do volume entregue pelo volume total solicitado para cada pedido. 

Para ilustrar as diferenças entre Order Fill Rate, Line Fill Rate e Case Fill Rate, segue um exemplo:

É importante medir as variações do Fill Rate, pois elas complementam as análises com informações cruciais. Uma alta taxa do Order Fill Rate por exemplo, pode mascarar algumas ineficiências da sua operação. Por outro lado, mesmo com uma taxa mais baixa apresentada pelo indicador, grande parte do volume já pode ter sido atendido em poucos pedidos.

Existem ainda outras maneiras de detalhar o Fill Rate se inserirmos algumas informações extras na base de dados, como canal de venda utilizado e região do pedido, que podem ser usados como “filtros” na hora de analisar os resultados. Com esses dados bem amarrados é possível ter uma visão geral se a empresa está conseguindo atender a demanda solicitada para cada SKU, canal de venda e região. Caso resultado não seja satisfatório, existem algumas práticas que podem servir de alternativa para melhorá-lo. Algumas das principais são:

  1. Aprimorar a gestão de estoques: Como a consultora Fernanda Monteiro escreveu no post “A importância da gestão de estoques, a formação de um estoque de produto acabado garante a sua disponibilidade imediata, principalmente em momentos de pico de demanda em que a empresa não tem capacidade produtiva suficiente para atendê-lo. Por isso, manter níveis adequados de estoque e utilizar sistemas eficientes para sua gestão são práticas que ajudam a cumprir com os pedidos recebidos e os prazos de entrega. 
  2. Aperfeiçoar a gestão de transportes: A otimização das rotas de entrega e a utilização de tecnologias de monitoramento de cargas são medidas que podem melhorar a eficiência do processo de transporte e, consequentemente, aumentar o Fill Rate. Para o caso da contratação de frotas terceiras, a escolha de transportadoras que sejam compatíveis e estejam de acordo com o nível de serviço proposto também é importante para garantir o cumprimento do planejado.
  3. Aprimorar técnicas de previsão de demanda: A utilização de métodos de previsão de demanda mais precisos ajuda a diminuir o erro, ou seja, a diferença entre o real e o previsto. Desta forma, busca-se diminuir as perdas, seja o custo da falta ou do excesso de produtos, geradas por oscilações de demanda. Os métodos de previsão também podem auxiliar em um melhor planejamento para momentos de sazonalidade de acordo com a capacidade de produção e logística da empresa.
  4. Aprimorar o relacionamento com fornecedores: A comunicação e a colaboração entre fornecedores e distribuidores podem ajudar a identificar e solucionar problemas na cadeia de suprimentos, evitando atrasos e escassez de produtos.
  5. Monitorar o desempenho: O acompanhamento constante dos indicadores de desempenho é fundamental para identificar possíveis falhas no processo de distribuição e tomar medidas para corrigi-las. Além do Fill Rate, outro indicador bastante pertinente para esse acompanhamento é o OTIF – On Time In Full, que mede a acuracidade do atendimento dos pedidos dos clientes em duas dimensões: Pontualidade da entrega e quantidade solicitada no pedido. Para informações mais detalhadas deste indicador, leia aqui o post publicado pelo consultor Henrique Alvarenga. 
  6. Estrutura uma área dedicada para S&OP: O desenvolvimento de uma área exclusiva para tratar do S&OP com a elaboração de um planejamento colaborativo envolvendo diversos setores da empresa, como operações, financeiro e produção, é importantíssimo para alcançar melhores resultados, não somente para o Fill Rate e o OTIF, mas para vários outros indicadores que medem tanto a performance como o nível de serviço da operação. Por mais que dentro do espectro do S&OP existam níveis de maturidade diferentes, a estruturação de uma área capaz de realizar um plano de vendas e operações coeso já é um ponto inicial e benéfico para a empresa.
  7. Investir em tecnologia: O investimento em sistemas e softwares mais avançados, que possibilitem o acompanhamento contínuo das atividades e a gestão integrada das diferentes áreas que participam do processo de S&OP pode contribuir para a melhoria da eficiência operacional e a redução de erros no processo de distribuição. A utilização de tecnologias mais avançadas pode realmente mudar de patamar as atividades de S&OP e S&OE, mas desde que haja pessoal qualificado capaz de utilizar as novas tecnologias e analisar seus outputs.

Portanto, existem algumas alternativas para se considerar quando se pretende melhorar os resultados do Fill Rate. Algumas das soluções postas acima, como o aprimoramento na gestão de transporte e de estoque podem servir de maneira pontual para uma evolução positiva do indicador. Porém, o ideal é que se faça uma estruturação para a implementação de todas elas. Desta forma, a empresa terá uma área de S&OP consolidada capaz de elaborar planos de operação que coincidem com sua capacidade produtiva, e utilizando informações de diversas áreas como base para suas análises, que, se utilizadas técnicas de previsão de demanda mais precisas, devem garantir resultados positivos. Por fim, o uso de tecnologias mais avançadas e softwares que permitam o acompanhamento e gestão da operação em tempo real pode ser o próximo passo para aquelas empresas que já possuem um processo mais maduro, mas é importante frisar que é necessário ter um pessoal que saiba lidar com essas tecnologias e analisar seus resultados, sendo capazes de atuar para corrigir eventuais desvios no percurso de maneira ágil.

Referências:

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