Pesquisa coordenada e executada pelo ILOS, com apoio da Revista Tecnologística, do CSCMP, da Universidade do Arkansas, da BVL e da Universidade Técnica de Berlin, com 105 empresas no Brasil, EUA e Alemanha sobre o Planejamento no Supply Chain mostra que, apesar de ainda estarmos atrás de EUA e Alemanha, muitas empresas brasileiras avançaram no uso de técnicas quantitativas de previsão de vendas e na colaboração entre áreas organizacionais, mas a evolução foi pequena no que se refere a integração com clientes e fornecedores.
Com relação ao uso de técnicas quantitativas de previsão de vendas, nossa pesquisa anterior, de 2010, mostrava que 21% das grandes empresas brasileiras usavam métodos estatísticos mais sofisticados para realizar sua previsão de vendas, percentual que “saltou”, nesta pesquisa, para 53%. Apesar de ser uma evolução significativa, significa que quase 50% das grandes empresas brasileiras ainda realizam suas estimativas de vendas com médias ou com base no conhecimento tácito de seus especialistas comerciais. É um resultado péssimo!
No que se refere a existência do processo de S&OP, o número de empresas que declararam possuir um processo formalizado aumentou de 62% para 75% da amostra entre 2010 e 2015, uma evolução também significativa, aproximando o resultado brasileiro do alemão (78% das empresas possuem S&OP) e diminuindo a diferença para o americano (87% das empresas possuem S&OP).
Entretanto, é no uso de mecanismos de integração externa, como o Vendor Managed Inventory (VMI) e o Collaborative Planning, Forecansting and Replenishment (CPFR), que a comparação das práticas brasileiras com as de outros países fica bastante prejudicada, conforme pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 – Colaboração Externa no Planejamento da Demanda
Fonte: Panorama ILOS – Planejamento no Supply Chain 2015
Enquanto o VMI é uma realidade na Alemanha, com quase 90% das empresas declarando que utilizam a prática com clientes e fornecedores, e nos EUA, com quase 80% das empresas, no Brasil apenas 40% das grandes empresas afirmam ter alguma iniciativa de VMI. O mesmo resultado se repete em relação ao CPFR, iniciativa presente em 94% das empresas americanas entrevistadas e em 62% das empresas alemãs, contra apenas 40% nas empresas brasileiras.
Estes resultados ilustram de forma inequívoca as oportunidade que ainda temos para evoluirmos no processo de planejamento no Supply Chain. Certamente, caminhamos nas questões internas, mais ainda existem lacunas importantes a serem preenchidas, e precisaremos avançar muito na integração externa se quisermos habilitar as empresas aqui atuantes a participar das cadeias globais de abastecimento.
Referência
<https://ilos.com.br/web/analise-de-mercado/relatorios-de-pesquisa/planejamento-no-supply-chain/>