Você já ouviu falar em wearable technology? Se a resposta foi não, você apenas não deve ter ligado o nome à pessoa. Ou no caso, ao acessório. Ao pé da letra, trata-se das “tecnologias vestíveis” e podem ser encontradas em forma de relógios, óculos, luvas, anéis, palmilhas, fones e pulseiras inteligentes.
Figura 1 – Wearable tecnology
Fonte: Contegix
Muitos especialistas acreditam que estamos no caminho de uma revolução e, da mesma forma que os tablets e celulares jogaram para escanteio os desktops, no futuro serão os wearables que ocuparão o lugar dos smartphones. De fato, ainda não vivemos essa realidade, pois apesar de já ouvirmos muito falar do Google Glass e vermos os Apple Watch ganhando popularidade, este tipo de tecnologia ainda não alcançou as massas. E, ao contrário do que aconteceu com os smartphones, o caminho para essa massificação pode vir do mundo dos negócios. Mais especificamente da logística.
Dispositivos portáteis, como sistemas de voz e scanners, já vem sendo usado nos armazéns há bastante tempo. No entanto, o que estamos vendo agora é a mais nova geração de wearables emergindo, combinando tecnologia de reconhecimento de voz, juntamente com óculos inteligentes dotados de GPS, sistemas de digitalização e diversos outros recursos. É a Internet das Coisas (IoT) criando armazéns totalmente conectados.
No início do ano passado a DHL realizou um projeto piloto no seu armazém localizado na Holanda. Durante 3 semanas, 10 operadores do armazém utilizaram apenas SmartGlasses (modelos Google Glass e VuzixM100) na operação. Nada de scanner nem lista de itens a mão. O resultado do experimento foi um verdadeiro indicativo do potencial desta tecnologia: os gráficos dinâmicos exibidos nas lentes dos óculos permitiram aos operadores mãos livres ao longo de todo o processo, aumento em 25% a produtividade e livrando a operação de erros. Veja no Vídeo 1 mais detalhes sobre o experimento realizado pela DHL.
Vídeo 1 – Vision Picking na DHL – Realidade aumentada na logística
Fonte: DHL
Outro teste está sendo realizado neste momento pela Volkswagen na sua fábrica localizada em Wolfsburg, na Alemanha. A montadora de automóveis está testando o uso de relógios inteligentes e pulseiras de RFID nas suas operações de montagem de encomendas. Enquanto os SmartWatches permitem aos operadores escanear códigos de barras de forma muito mais rápida que um scanner manual comum, as braçadeiras funcionam como dispositivos antifalhas, emitindo sinais sonoros toda vez que o operador pega uma peça errada. O objetivo é tornar todo o processo mais estável, rápido eficiente.
Para se implementar toda esta tecnologia em larga escala nos armazéns ainda é necessário um elevado investimento de recursos e tempo, o que fez com que os dispositivos ainda não deslanchassem nas operações. Entretanto, o potencial dos wearables é enorme. Além dos já referidos aumento de eficiência e queda nos erros, é possível imaginar benefícios ainda maiores. Os óculos inteligentes dotados de realidade aumentada podem garantir visibilidade em tempo real do status de encomendas e dos volumes em estoque, permitindo as empresas, por exemplo, fazer uma precificação dinâmica dos seus produtos com base na disponibilidade dos itens.
Ao que tudo indica, é questão de tempo para a moda pegar de vez nas fábricas e centros de distribuição das grandes empresas e cada vez mais pessoas vivenciarem um pouco a experiência de Tony Stark.
Figura 2 – Realidade aumentada experienciada pelo personagem de Tony Stark no filme Homem de Ferro
Fonte: Maxon
Referências
<https://www.youtube.com/watch?v=I8vYrAUb0BQ>
<http://talkinglogistics.com/2014/01/08/wearable-devices-new-user-interface-logistics-software/>
<http://automotivelogistics.media/pt-br/noticias-pt-br/84756>
<http://www.mbtmag.com/article/2016/02/wearables-warehouse?mod=djemlogistics>