O Jornal Valor Econômico de hoje trouxe encartada a revista Valor Setorial – Logística. O tema, muito oportuno no momento atual de busca por redução de custo, foi abordado em uma série de reportagens, dentre elas, a que tratou da terceirização de atividades logísticas no país. Para quem é do ramo, vale a pena ler.
Alguns dados utilizados na reportagem falam sobre a utilização de terceiros versus a realização da logística pela própria empresa. O Brasil, claramente, é um país que se utiliza muito de prestadores de serviços logísticos, especialmente na atividade de transporte.
Figura 1 – % médio de terceirização por atividade logística das empresas
Fonte: ILOS
O momento atual, entretanto, é de revisão de práticas usuais, na busca por sobrevivência. Isto coloca na berlinda uma série de decisões tomadas no passado, quando o cenário era outro. Mas a decisão de terceirização tem grandes chances de ser uma opção que continuará nas empresas. Isto porque, em momentos de incerteza, a flexibilidade é uma grande aliada. Trabalhar com terceiros aumenta a flexibilidade e deixa menos engessada as operações, pois não exige que as empresas contratantes disponham de ativos próprios, deixando-as mais leves e preparadas para as alterações de demanda que possam surgir.
Figura 2 – Melhorias obtidas pós-terceirização (% de empresas)
Fonte: ILOS
Além disso, como a demanda total por movimentação de cargas no Brasil está em baixa (pois a economia não anda bem e a produção caiu), existe uma elevada oferta de provedores de serviços logísticos disponíveis, o que aumenta as opções para as empresas que estão contratando. O risco, entretanto, é a empresa não selecionar bem seus parceiros logísticos, escolhendo-os apenas pelo preço mais barato, ou forçando-os demais a baixar preços. Em períodos de baixa, o risco de falência das empresas aumenta, e a escolha de provedores de serviço que tenham bom fôlego financeiro deve sempre ser considerada.