O porto de Paranaguá (PR) se prepara para expandir a capacidade de recepção dos super navios, os póspanamax. O governo assina hoje o maior contrato de dragagem de um porto brasileiro, no valor de R$ 394,2 milhões. A obra irá aprofundar os canais interno e externo, os acessos aos berços de atracação e os berços do porto, um dos que mais movimentam grãos, fertilizantes e contêineres no Brasil.
O processo deverá ser concluído em 22 meses. “São seis meses para fazer o projeto. A obra deve começar entre maio e junho”, estima o presidente da DTA Engenharia, João Acácio Gomes. A empresa venceu a licitação federal feita via Regime Diferenciado de Contratações (RDC) ao oferecer o maior desconto (2,65%) sobre os R$ 405 milhões orçados pelo governo para a obra.
É o maior contrato do Programa Nacional de Dragagem (PND) 2, lançado em 2012. A assinatura ocorrerá em Paranaguá, com a presença do ministro dos Portos, Helder Barbalho.
A profundidade do canal externo passará de 15 metros para 16 metros e a do canal interno saltará de 14 metros para 15 metros. A estimativa é que o calado operacional dos navios aumente de 12,30 metros para 13,80 metros na maré normal, disse a administração do porto. No estofo da maré, quando o nível da água sobe, é permitido um calado operacional maior, geralmente com até um metro adicional o que, no limite, permitirá a operação de navios com 14,80 metros de calado.
A estimativa é que, somente nos navios graneleiros, haja um ganho de carregamento de 315 mil toneladas adicionais/mês.
Segundo Gomes, a DTA afretou três dragas estrangeiras “modernas” para a obra. A estimativa é que sejam retirados 14 milhões de metros cúbicos. O pagamento do contrato é por resultado.
O PND 2 integra o Programa de Investimento em Logística Portos (PIL Portos), que prevê R$ 3,8 bilhões para dragagem de aprofundamento e manutenção nos próximos dez anos. Até agora foram assinados os contratos para readequação do porto do Rio Grande (R$ 368,6 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 210 milhões). Neste mês deverá ser assinado o de Santos.
Fonte: Valor Econômico
Por: Fernanda Pires