Seguidamente vemos na mídia notícias sobre empresas testando o uso de drones para realizar a entrega de produtos diretamente para clientes, o chamado last mile. Esta última etapa da cadeia de suprimentos é uma das maiores dores de cabeça de gestores logísticos, pois realizar essa entrega de forma eficiente, considerando todas as restrições inerentes aos grandes centros urbanos, é uma tarefa complexa e muito cara.
Pensando nisso, os co-fundadores do Skype, Ahti Heinla e Janus Friis, criaram uma start-up com objetivo de revolucionar o mercado de distribuição. A Starship Technologies é uma pequena empresa, com escritórios na Inglaterra e na Estônia, que está desenvolvendo robôs capazes de fazer entregas localmente em um raio de até 5km (Figura 1). Os robôs são projetados para serem conduzidos de forma autônoma durante 99% do tempo e utilizam peças “de prateleira”, além de se tratar de uma tecnologia verde, livre de emissões de CO2, pois eles são carregados por baterias e consomem menos energia que a maioria das lâmpadas.
Figura 1 – Starship robots
Fonte: Starship
As máquinas foram projetadas para andar nas calçadas e possuem sensores que permitem com que elas atravessem sinais, ajustem a sua velocidade e impeçam com que elas esbarrem em pedestres e objetos, recebendo por isso o apelido de robôs gentis. Além disso, operadores humanos que monitoram constantemente os starships robots podem assumir o seu controle em caso de qualquer problema.
Os robôs são leves e muito baratos e o objetivo da empresa é reduzir os custos atuais de entrega por viagem cerca de 10 vezes, revolucionando a forma como mercadorias são entregues. As primeiras versões desenvolvidas suportam cargas de até 18 kg e se locomovem numa velocidade de no máximo 6,4 km/h.
A ideia é que as encomendas fiquem armazenadas em hubs espalhados pela cidade e, após selecionar no aplicativo do celular a opção de entrega, os clientes receberiam o seu pedido em até 30 minutos e poderiam rastrear todo o percurso dos robôs pelos seus dispositivos móveis. No tocante à segurança, os robôs se locomovem trancados e só podem ser abertos pelo smartphone do cliente.
O projeto ainda está em fase de testes e demonstrações, mas a expectativa da Starship é já criar serviços-piloto com empresas parceiras dos Estados Unidos e Reino Unido ano que vem.
Apesar de todos os avanços tecnológicos já alcançados, imaginar a utilização de drones e robôs de entregas como estes em larga escala ainda parece a realidade de um futuro distante, retirado de algum episódio do desenho animado Os Jetsons. Quando pensamos no Brasil, onde nem mesmo modais mais tradicionais de transporte possuem infraestrutura adequada e a todo momento vemos notícias de caminhões de carga sendo roubados, este cenário parece utópico. Será que empresas como a Starship conseguirão mesmo essa revolução? A aguardar as cenas dos próximos episódios!
Referências
<https://www.youtube.com/watch?v=MEWfsVPqKi4>