A movimentação portuária brasileira registrou um novo marco histórico em 2024, com 1,3 bilhão de toneladas movimentadas, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). O volume representa um aumento de 1,2% em relação a 2023, ano que já havia estabelecido o recorde anterior.
Apesar de os granéis sólidos permanecerem como o perfil de carga predominante (60% do total), a carga conteinerizada foi a principal responsável pelo avanço. Após dois anos consecutivos de retração, o segmento apresentou crescimento expressivo de 20% em 2024, totalizando 153 milhões de toneladas – equivalente a 12% da movimentação nacional.
Os portos públicos destacaram-se na movimentação de contêineres, com aumento de 28% em relação a 2023, totalizando 100 milhões de toneladas (65% do volume conteinerizado). O Porto de Santos (SP) lidera com 28% do total, seguido por Paranaguá (PR), com 10%. Em termos de crescimento relativo, os portos do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) sobressaíram-se: o primeiro movimentou 12 milhões de toneladas (+60%), e o segundo, 5 milhões de toneladas (+37%).
A expansão da carga conteinerizada está vinculada à diversificação de commodities transportadas, como algodão (+91%), café (+30%) e produtos químicos orgânicos e inorgânicos, com aumentos de 44% e 30%, respectivamente. No Brasil, as principais mercadorias movimentadas via contêineres incluem plásticos e suas obras (11%), produtos químicos orgânicos (10%), além de ferro e aço, carnes de aves congeladas e obras de madeira, cada um representando 5% do total.
No que se refere aos modais aquaviários do Brasil, a navegação de longo curso – entre portos de diferentes países –, responsável por 68% do total da carga conteinerizada, mantém-se predominante. Contudo, a cabotagem – navegação entre portos da costa brasileira –, com participação de 30%, registrou o maior crescimento: 27% ante 17% do transporte internacional. A navegação interior (em hidrovias) completa o cenário, com 1% da movimentação de contêineres.
Para o futuro, a ANTAQ projeta crescimento contínuo, com 1,34 bilhão de toneladas em 2025 e 1,39 bilhão em 2026. A expectativa é que a demanda por commodities e a expansão do uso de contêineres sustentem a trajetória ascendente, mesmo em um cenário macroeconômico global desafiador.
Referencias:
- Estatístico Aquaviário 2023
- Movimentação em portos no país bate recorde em 2024 | Empresas | Valor Econômico
- Portos brasileiros registram maior movimentação da história com 1,32 bilhão de toneladas em 2024 — Portos e Aeroportos