No caminho de Barra do Garças (MT) para Brasília, a Expedição VEJA passou por um dos eixos industriais mais promissores do país. Ao longo da BR-060, nos 200 quilômetros entre Goiânia e o Distrito Federal, estão 70% do PIB do Centro-Oeste. A cidade de Anápolis (GO), a segunda maior economia de Goiás, sintetiza a rápida evolução da região..
Anápolis está construindo a primeira “plataforma multilogística” do Brasil, uma central de conexão entre as redes rodoviária, ferroviária e aeroportuária do país. A escolha da cidade explica-se por sua localização: três quartos do mercado consumidor brasileiro estão a 1.200 quilômetros de distância de Anápolis. A cidade é cortada por três rodovias federais, que ainda precisam passar por melhorias, e vai ser o ponto de partida da ferrovia Norte-Sul, cujas obras estão atrasadas. O polo logístico vai facilitar, agilizar e baratear a distribuição de produtos no país.
Uma área de quase 4,4 milhões de metros quadrados foi reservada para sediar o empreendimento. A cidade vai ganhar um aeroporto de cargas integrado ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), que já abriga indústrias de grande porte. O processo de licitação da empresa que vai operar o complexo por 33 anos está em andamento.
Quando o centro logístico estiver funcionando, Anápolis deve atrair, por exemplo, companhias de vendas pela internet: será mais eficiente centralizar os estoques na cidade goiana e daqui despachar os produtos para todo o país.
A integração entre rodovias, ferrovia e aeroporto também vai colocar Anápolis na rota de uma porção significativa das exportações brasileiras.
A cidade de 360.000 habitantes sempre se destacou pela produção agrícola, mas, em 1976, quando foi criado o distrito industrial, o perfil econômico do município começou a se diversificar. Primeiro vieram as companhias de transformação de grãos, leite e carne. Com uma política de incentivos fiscais e uma boa localização, Anápolis passou a atrair também outros tipos de indústrias e tornou-se menos dependente do processamento de produtos agrícolas.
Hoje, a cidade abriga mais de vinte fabricantes de medicamentos, como a Teuto e a Neoquímica. O distrito está se consolidando como o maior polo produtor de genéricos da América Latina. A Hyundai, a Ambev e a JBS Friboi também têm unidades em Anápolis.
O município já abriga o Porto Seco do Centro-Oeste, um terminal alfandegário de armazenagem e transporte de mercadorias.
Simultaneamente à chegada de novas indústrias à cidade, os índices sociais do município se elevaram e o sistema de água encanada, o fornecimento de energia e a coleta de lixo foram universalizados.
Fonte: Veja